Fatores internos e externos pressionam os preços, com alta prevista até o fim da quaresma
O preço dos ovos de galinha subiu até 40% no Brasil desde a segunda quinzena de janeiro, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Essa alta tem raízes em fatores que vão além da proximidade da quaresma, um período tradicionalmente responsável pelo aumento no consumo de ovos.
Primeiramente, o professor da Faculdade Una Divinópolis e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (NEPES), Wagner Almeida, destaca três motivos principais para essa elevação nos preços. O primeiro fator está relacionado ao aumento no preço da carne.
“Muitos consumidores passaram a optar pelos ovos como alternativa mais barata, devido ao aumento da carne”, explica Almeida.
Em segundo lugar, a chegada da quaresma também tem impacto. Durante esse período, a demanda por ovos aumenta, já que muitas famílias evitam o consumo de carne vermelha.
“A procura por ovos cresce nesse momento, o que acaba impulsionando os preços”, acrescenta o especialista.
Além disso, o terceiro fator refere-se ao mercado externo. As exportações brasileiras de ovos aumentaram 22% em comparação com o mesmo período de 2024, com destaque para os Estados Unidos, onde a alta foi de 33%.
“O crescimento das exportações diminui a oferta interna e, consequentemente, pressiona os preços para cima”, afirma Almeida.
Não bastasse isso, a nova regra do Ministério da Agricultura, que diminui em 10 gramas o peso médio dos ovos por unidade, também impacta o preço.
Por fim, a perspectiva para os próximos meses aponta que os preços elevados devem se manter até o fim da quaresma.
No entanto, Almeida prevê que a produção de ovos aumente ao longo de 2025. “Esse crescimento poderá ajudar a atender à demanda aquecida e contribuir para a estabilização dos preços ao longo do ano”, tranquiliza o especialista.
Portanto, o aumento atual nos preços resulta de uma combinação de fatores internos e externos, com flutuações previstas para os próximos meses.
