A enfermeira criticou a gestão pela falta de recursos e sobrecarga na UPA, mencionando casos de pacientes que aguardam exames e consultas há mais de um ano.
Na tribuna da Câmara Municipal de Divinópolis nesta quinta-feira (13/06), a enfermeira Deborah Amaral Donnini acusou o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (Novo) de barrar emendas de R$ 3,5 milhões destinados à saúde da cidade. Os recursos, provenientes de emendas impositivas dos vereadores, visavam melhorias urgentes no setor.
Deborah, enfermeira, destacou a sobrecarga enfrentada pelos profissionais de saúde, referindo-se a eles, então, como “heróis” por trabalharem com escassos recursos. Ela relatou um caso ocorrido há 15 dias, em um sábado, onde havia apenas um médico na UPA atendendo vários setores.
“A gente tem uma gestão que banaliza, ironiza, faz piada com o sofrimento dos usuários do SUS na cidade. Enquanto crianças, mães de família, jovens, perdem a vida por falta de recursos na saúde, os nossos representantes, aqueles que nós escolhemos, que nós votamos, estão gravando vídeos, de dancinhas, comendo batata chips, bebendo café e postando nas redes sociais em troca de likes e engajamento.”
Veto às emendas impositivas para a saúde em Divinópolis
A enfermeira ressaltou que a UPA de Divinópolis não consegue atender a demanda de mais de 250 mil habitantes da cidade. Ao todo, ela recebe pacientes de 8 municípios da região. Conforme Deborah, o problema está na falta de recursos e mão de obra, além da ausência de retaguarda hospitalar.
“O caos na saúde em Divinópolis tem nome e sobrenome, que é o prefeito, a vice-prefeita, o secretário de saúde. Eles foram os responsáveis por vetar mais de R$ 3,5 milhões em emendas impositivas destinadas por vereadores desta casa para melhorias na saúde. Consta no ofício que os valores eram inviáveis, isso é um abuso, é inaceitável.”
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Tempo de espera e negligência
De acordo com Deborah, mais de 34 mil pessoas estão na fila de espera do SUS, com algumas aguardando há mais de um ano. Ela citou casos específicos, como o de uma mulher que precisa fazer um ultrassom ginecológico e é a número 1.500 na fila. Além disso, exemplificou com o caso de um senhor de 74 anos que espera há mais de um ano por uma consulta com um dermatologista.
“Exames extremamente importantes para fechar o diagnóstico e iniciar o tratamento. Tem uma jovem mãe de duas crianças que precisa de uma endoscopia e está há um ano aguardando, e se ela tiver um câncer? Nesse ritmo que nós temos, quantas vítimas mais teremos desse sistema que está sucateado e negligenciado,” concluiu.