Sindicato pede para que nenhum projeto, que envolva a educação, seja votado na Câmara
Amanda Quintiliano
Marcelo Lopes
Ainda em regime de greve, os professores da rede municipal de educação de Divinópolis, participaram, nesta segunda-feira (19), de duas reuniões para discutirem um único objetivo: o pagamento dos salários. Uma delas foi com representantes da prefeitura que não deram esperanças para a categoria.
A reunião com as secretárias de Administração e Fazenda, Raquel Oliveira e Suzana Xavier, respectivamente, foi para exigir respostas aos questionamentos do sindicato. Entretanto, elas não foram boas. Ambas foram incisivas ao dizer que o município não tem dinheiro para pagar.
“Colocamos a verdade. A verdade hoje é que não temos como efetuar o pagamento dos professores. A verba está toda retida. Não temos recursos no caixa geral”, afirmou Susana.
Pedalada fiscal
Segundo a secretária, mesmo que houvesse dinheiro no caixa geral não seria possível efetuar o pagamento, pois a manobra poderia ser considerada “pedalada fiscal”. Caso o município usasse recurso próprio, quando viesse o Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, mesmo que na totalidade, o valor não poderia ser usado para ressarci o caixa geral.
O questionamento já foi feito inclusive por outras prefeitura ao Tribunal de Contas. Em resposta o órgão disse que cada caso deveria ser analisado individualmente e não deu garantia que abriria brecha aos municípios mineiros diante da calamidade das prefeituras.
“O que estamos garantindo para a área de educação são os descontos de folha. A gente entende que o servidor, o professor, já está massacrado por não receber seu salário. Imagina a gente deixar de pagar um desconto de Unimed, de banco (financiamento)”, argumentou Susana.
Ainda nesta segunda, uma assembleia seria realizada às 17h30, para discutir o andamento da greve e o rumo para qual a mesma deverá seguir nos próximos dias. Desde o dia 09 de novembro, a categoria está parada.
Vereadores
A categoria também se reuniu com os vereadores. Eles pediram aos parlamentares para que nenhum projeto, que envolva a educação, seja apreciado e votado até os pagamentos serem normalizados. A medida é uma forma de pressionar o governo a pagar.
“Pedimos que dessem tempo para analisarmos as propostas e não encaminhar nada neste momento, sem antes pagar os salários dos professores. Houve verbalmente e em breve será emitido um posicionamento oficial dos professores, que ficaram de encaminhar este apoio”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal (Sintemmd), Rodrigo Rodrigues PORTAL.