Amanda Quintiliano
A Prefeitura de Divinópolis desafiou, nesta segunda-feira (24) a Associação Comercial e Industrial (Acid) a apresentar a relação das 20 empresas interessadas em se instalarem em Divinópolis. A afirmação partiu do presidente da entidade, Léo Gabriel na última quinta-feira (21) quando ele falou em burocracias e lentidão para tirar o novo Centro Industrial do papel.
Em nota a prefeitura afirma que as declarações dadas por Léo Gabriel “não corresponde à verdade” e que a “prefeitura não tem medido esforços no sentido de ampliar o parque industrial e incrementar políticas que viabilizem tais iniciativas, inclusive com a elaboração de um novo Centro Industrial, dentro de padrões de eficiência, que deverá ser apresentado ainda neste ano”.
“É importante destacar que a própria entidade representativa da classe está ciente do empenho da Administração, uma vez que sua presidência já esteve pessoalmente em vários encontros para tratar de assuntos relacionados ao tema”, consta na nota.
O governo pediu que a lista destas 20 empresas – que encontram obstáculos na burocracia municipal – seja apresentada “rapidamente”.
“Maior interessada nessa implantação, a Prefeitura irá buscar, imediatamente, cada uma dessas empresas e, dentro da mais estrita legalidade, viabilizar o quanto antes a liberação dos documentos previstos em lei”.
Acid
O presidente da Acid disse ao PORTAL que desde que “a gestão de empreendedores da mudança” assumiu a entidade está buscando valorizar e manter as empresas aqui no município e também com um trabalho permanente de captação de novos negócios.
“Sabemos que a prefeitura possuiu um projeto para um novo centro industrial na antiga aérea da Proema (próximo ao Lixão), mas a ideia não saiu do papel. Em virtude disso queremos um posicionamento da prefeitura se podemos liberar estas empresas para instalarem fora do nosso município”, afirmou.
Léo Gabriel irá participar de uma reunião com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, José Alonso Dias.
Centro Industrial
O projeto do novo Centro Industrial é transferido de gestão para gestão. O atual já não tem condições de receber novos empreendimentos. Apesar de estar previsto para ser lançado no final de agosto, a proposta já sofre críticas. A afirmação é de que ele não corresponde a realidade atual do mercado e está ultrapassado.
A reportagem conversou com profissional ligado à área. Ele já atuou em outros mandatos e hoje presta consultorias. Para não polemizar, ele preferiu não ser identificado. Segundo ele, foi apresentado ao prefeito, Galileu Machado um projeto de Desenvolvimento Econômico, porém até hoje o grupo idealizador não obteve retorno.
O prefeito de Carmo do Cajuru, Edson Vilela abraçou a causa e deu os principais passos para tira-lo do papel. Um deles foi a aprovação dos marcos regulatórios. Dentre eles, está a desburocratização, por exemplo, de licenças ambientais. O prazo médio de quatro anos caiu para 90 dias.
A proposta é unir Divinópolis, Carmo do Cajuru, São Sebastião do Oeste, Marilândia (Itapecerica), São José dos Salgados, São Gonçalo do Pará, no que é chamado de “Quadrado do Vale do Pará” e a partir daí implantar o Condomínio Empresarial Misto.
O “condomínio” seria implantado na região do “Gafanhoto” após a ponte no território de Cajuru. Nele seriam abrigadas indústrias, comércio, serviços e moradias. O projeto se assemelha ao da Cidade Tecnológica de Divinópolis. Ele está travado por questões jurídicas atreladas à burocracia.
O empreendimento seria construído a partir de uma Parceria Público Privada (PPP).