O município paga R$ 42 mil em aluguel no prédio antigo (Foto: Arquivo/PCO)

O prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) negou o reajuste salarial para os servidores municipais como anunciado no final do ano passado. Na época o tucano fez um acordo público com a categoria de repor a inflação neste ano.  Em nota, a Prefeitura afirmou que “discutir qualquer índice de revisão salarial neste momento de grave crise financeira, significa dizer que o município não terá condições de honrar com os pagamento, principalmente com a folha do servidor, tratada por esta gestão como prioridade, rigorosamente em dia e até antecipada como ocorreu na maior parte do tempo nesta gestão.”

Ainda segundo a note, durante a reunião desta terça-feira (15), entre a Administração Municipal e a diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Divinópolis e Região  (Sintram), foi demonstrado pelo município que nos últimos sete anos, referentes à gestão do Prefeito Vladimir Azevedo, a folha de pagamento teve um crescimento de 112,75%, enquanto a inflação acumulada deste período foi de 64,48%.

“Desde 2009, a administração do Prefeito Vladimir Azevedo vem repondo integralmente a inflação, permitindo ao funcionalismo acumular ganhos reais com benefícios e outras vantagens integradas em seu plano cargos e salários.  Descontada a inflação no período, os servidores municipais tiveram um superávit de 48.27%”, consta na nota.

Prefeito Vladimir Azevedo

O prefeito disse que o município deixou de receber em sete anos quase R$ 200 milhões (Foto: Divulgação)

A Administração ainda tratou esta progressão salarial como “desproporcional à Receita do município”, que, segundo consta em nota, apresenta acentuada queda de arrecadação,  “fruto de equívocos na condução da política econômica do País”.

“Só com políticas de incentivo fiscal, a exemplo da desoneração do IPI dado pelo Governo Federal a montadoras de veículos e a Indústria da chamada linha branca, Divinópolis deixou de receber valores estimados em R$ 200 milhões, nestes últimos sete anos.  Soma-se a isso, despesas inesperadas herdadas de gestões de anteriores em valores de cerca de R$ 30 milhões em precatórios e dívida junto à Diviprev”, consta na nota.

No documento, a administração ainda pontua que “a maioria dos municípios brasileiros e parte dos Estados da Federação encontram-se em situação de calamidade financeira, a exemplo do que foi decretado recentemente pela cidade de Betim”. 

Em fevereiro passado, na Frente Mineira de Prefeitos (FMP), que representa as cidades-polo de Minas Gerais, os prefeitos mineiros registram em ata: “Manifestação unânime de todos os prefeitos foi na direção da extrema dificuldade de corrigir o salário dos servidores para o ano de 2016, seja a inflação ou aumento real”.

Por fim, consta na nota que o município “superou os patamares e cumpriu muito mais do que o compromisso de reposição inflacionária. E isso se deu sem aumento expressivo no número de funcionários que cresceu apenas 2,82% contra 40,56% no mesmo período anterior à atual gestão”.