Amanda Quintiliano
Por meio de nota oficial, a Prefeitura de Divinópolis lamentou as declarações do ex-secretário nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, feitas nesta terça-feira (05), durante encontro regional com militantes. Em entrevista exclusiva à reportagem do PORTAL, Magalhães não economizou críticas à gestão tucana e chegou a responsabilizar o governo municipal por parte da crise do Hospital São João de Deus.
Para a prefeitura, “o ex-secretário adotou postura político-partidária com finalidades eleitorais”. Em nota, o município acusa Magalhães de omitir a redução dos investimentos e custeio da saúde pública pelo governo federal. Ilustrando com a afirmação do presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Brasil, Edson Rogatti, consta na nota que 83% das Santas Casas estão em dificuldade financeira.
Em 2005, a dívida delas era de R$ 1,5 bilhão. Oito anos depois, em 2013, já tinha aumentado dez vezes: R$ 15 bilhões. Ainda segundo as informações, muito se deve à defasagem da tabela SUS, não reajustada há cerca de uma década.
“Dados como estes reforçam a necessidade de maior aporte do Governo Federal que conflitam com informações de Helvécio Magalhães, especificamente no que tange às suas colocações de apoio financeiro ao Hospital São João de Deus e a participação do município na contratualização dos serviços”, consta na nota.
Segundo o documento encaminhado à imprensa, “desde dezembro do ano passado o contrato de contratualização já foi firmado e informado ao Ministério da Saúde, o que deveria render mensalmente cerca de R$ 1 milhão a mais no caixa da unidade de saúde. Compromisso anunciado pelo então Secretário e ainda não cumprido”. O hospital tem recebido apenas R$ 193 mil por mês, valor bem abaixo do anunciado.
Ontem, o ex-secretário disse que a houve a contratualização e repasse. Entretanto, não soube informar valores e nem datas.
Medidas
Magalhães foi enfático ao dizer que a saúde no Centro-Oeste “regrediu e que Divinópolis andou para trás”. Contrapondo
as afirmações, em nota, a prefeitura disse reconhecer “as dificuldades enfrentadas na área de saúde e os avanços necessários”. Citando exemplos, disse também que foram adotadas medidas atacando os principais gargalos.
“A exemplo do recém criado Sim Saúde – Sistema Integrado de Saúde que contempla ações desde a atenção básica ao serviço de urgência e emergência. Divinópolis abriu e garante o custeio de uma UPA 24 Horas – ainda sem quaisquer recursos de manutenção do Governo Federal; Instalou novas Unidades Especiais de Atendimento, garantindo a assistência médica noturna em quatro regiões da cidade; em apenas quatro meses aumentou em 20% a cobertura da Saúde da Família e está realizando ações de conservação em todas as unidades básicas de saúde”.
Por fim, foram mencionadas as obras do Hospital Público Regional. Em entrevista, o ex-secretário disparou críticas dizendo que o próximo governo irá herdar “esqueletos”. Além da unidade de Divinópolis, ele também se referiu a outras oito obras em execução no estado. Na nota, o município alega que 70% está concluída e classificou como um dos maiores e mais modernos hospitais da América Latina.