Município quer que empresários arquem com o custeio total da empresa gestora

Amanda Quintiliano

A Prefeitura de Divinópolis recuou e retirou a contraproposta de arcar com parte do custeio de uma empresa para gerir o Aeroporto Brigadeiro Cabral. A informação foi divulgada na sexta-feira (20) ao grupo gestor formado por empresários da cidade – e confirmada nesta segunda (23) pelo secretário de Desenvolvimento Econômico ao PORTAL, José Alonso Dias.

Inicialmente, a ideia era de o município entrar com R$42 mil e os empresários com os R$55 mil, totalizando R$97 mil. Para efetivar o acordo, seria firmado contrato emergencial de seis meses, com possibilidade de prorrogar por igual período. A gestão ficaria por conta de uma empresa formada por pilotos de Divinópolis.

Contrapartidas

Os empresários estenderam um braço e, agora, o governo quer os dois. A única contrapartida oferecida pelo município é a reforma com o valor arrecadado com a locação dos hangares. A justificativa é de que há outras prioridades da administração, apesar do aeroporto ser a principal da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Também é avaliada a possibilidade de afixar outdoor no aeroporto com agradecimento e reconhecimento a união do empresariado. O que o governo não quer é colocar a mão no bolso.

Prioridades

As finanças estão no vermelho e a situação de penúria atinge áreas essenciais com saúde e educação. A folha de pagamento está ameaçada, principalmente dos professores. Paralelo a este cenário, o município tem se preocupado com outras questões, como a doação de terrenos da União para o município para a construção da ponte sob o Rio Pará (duplicação) e também para transferência do camelódromo, facilitando o acesso de ambulâncias ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Mesmo assim, segundo Dias, esta semana o convênio entre o município e os empresários deverá ser definido. Alguns equipamentos que seriam alugados pela nova empresa foram ganhados pelo município, como pórtico de detector de metais. Caso não cheguem a um acordo, o aeroporto deverá ser repassado à União, com risco de ser fechado totalmente.

Ainda não há confirmação se Azul voltará a operar. As negociações devem ser retomadas após as definições de gestão.