Os vereadores pressionaram e não restou ao prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) outra alternativa, senão, ceder e autorizar a publicação do edital de licitação para contratar a empresa responsável pela manutenção da iluminação pública de Divinópolis. O caminho é o mais longo e pode resultar em preços mais altos e em um tempo maior de ruas no escuro.
O prefeito encaminhou um projeto de lei para a Câmara autorizando o município a integrar um consórcio de Ponte Nova. Se os vereadores aprovassem a matéria, a previsão era de até a próxima semana, como informou ontem o PORTAL, os serviços serem iniciados e as lâmpadas queimadas trocadas. Entretanto, a maioria dos vereadores bateu o pé, alegando possível “superfaturamento” do CIMVALPI (consórcio).
O consórcio, segundo levantamento, possui o menor preço empregado em Minas Gerais, R$ 4,51 por ponto. Incluindo call center e software o valor sobe para R$ 4,92. O maior montante é o de Patos de Minas, R$ 7,50 por ponto e não inclui nem call center e nem software. Mesmo com a relação apresentada aos parlamentares, eles cobraram uma licitação individual.
De acordo com o edital que será lançado nesta quinta-feira (12), a licitação será no modelo pregão. O valor máximo não poderá ultrapassar R$ 5,46 por ponto. Como os vereadores se recusaram a aprovar o projeto permitindo Divinópolis a fazer parte do consórcio de Ponte Nova, o plano B será ceder à pressão dos vereadores e realizar o processo licitatório que poderá demorar, no mínimo, cerca de um mês.
Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (11), Vladimir Azevedo afirmou que não irá retirar o projeto de pauta e que, caso nenhuma empresa apresente valor inferior ao do consórcio de Ponte Nova, “o plano A” será retomado.
“Este era o caminho mais seguro, ágil e barato para o município”, afirmou, dizendo não acreditar que apareça empresa com valor inferior ao do consórcio.
“Estou acatando a decisão da Câmara mesmo achando que vai demorar mais e que não vamos conseguir preço melhor”.
A previsão é de que com essa licitação o contrato seja assinado apenas no início de abril, isso se não houver recursos, o que pode protelar o processo em mais 30, 60 dias.
O prefeito diz não acreditar que apareça empresa com valor inferior ao do consórcio (Foto: Amanda Quintiliano)
Vereadores
O presidente da Câmara, Rodrigo Kaboja e o vereador Adilson Quadros (PSDB) também participaram da coletiva. Os dois se reuniram hoje (11) com o gerente da Cemig, Divino Vieira. Em conversa, Vieira declarou aos dois que dificilmente aparecerá empresa que preste o serviço por valor inferior ao do CIMVALPI. Kaboja ainda ressaltou ser a favor da inclusão de Divinópolis no consórcio, mas disse que os demais vereadores discordam e que por transparência, será realizada a licitação.
A primeira licitação é apenas para a manutenção. Por orientação do Tribunal de Contas o processo será dividido em três. Os outros dois: efetivação (troca das lâmpadas para LED) e extensão (novas redes) deverão ter os editais publicados a partir de abril.
Escuro
Cemig não cumpriu contrato e deixou 300 pontos com lâmpadas trocadas (Foto: Enviada por internauta)
Enquanto a licitação não é concluída e os vereadores não cedem, alguns pontos da cidade continuarão no escuro. Este é o caso da região central, Esplanada, Porto Velho, Anel Rodoviário. No entanto, 50% da falta de iluminação ainda é responsabilidade da Cemig. A companhia deixou mais de 300 pontos sem manutenção, entre eles o da ponte do bairro Porto Velho.
Sete lâmpadas da ponte estão queimadas e só hoje, após o prefeito encaminhar novo ofício cobrando a manutenção é que os técnicos fizeram a troca.
O primeiro ofício citando cada um dos pontos foi encaminhado pelo prefeito em 30 de dezembro do ano passado e o segundo está registrado com a data de hoje.
