Foto: Elvis Gomes/Uemg

A justificativa principal é a falta de repasses destinados pelo Governo de Minas à universidade para o custeio de atividades realizadas pela instituição

Portal Centro-Oeste

Professores e alunos do campus da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), em Divinópolis, paralisaram as atividades. A justificativa principal é a falta de repasses destinados pelo Governo de Minas à universidade para o custeio de atividades realizadas pela instituição. Além de Divinópolis, a situação também é presente nas unidades de outras onze cidades.

“Nós estamos, não somente na unidade Divinópolis, mas como várias, em uma realidade que atinge a UEMG como um todo. Não há repasses do Governo a bastante tempo. Estamos vivendo um sucateamento da universidade e correndo o risco de fechar as portas em breve, pois como nós temos um grupo de pessoas aqui que são terceirizadas e sem o repasse para pagamento para eles, agora em junho, provavelmente, não terá pessoal de manutenção, como também de portaria, segurança e de limpeza. A situação chegou no limite, temos unidades, que por exemplo, a luz foi cortada e estamos vivendo um cenário muito complexo e triste na UEMG e estamos correndo o risco de paralisar as atividades antes do semestre terminar, pois, não temos mais dinheiro em caixa, então como as pessoas terceirizadas vão continuar trabalhando?”, disse um professor que não quis se identificar.

O docente declarou ao PORTAL, que o movimento não tem o apoio, tanto da reitoria que está em gestão, quanto da que venceu as eleições e irá assumir em breve e por isso, o mesmo e outros educadores que participam da iniciativa temem represálias. Segundo ele, os membros do setor fingem que a situação irregular não está acontecendo.

Salário dos professores

Ao ser perguntado sobre a situação salarial dos professores, o educador disse que os docentes e outros funcionários ligados ao Executivo estão recebendo os pagamentos dos salários de forma parcelada. De acordo com ele, esta situação não é da especificidade do movimento, mas é uma das questões de irregularidades presentes atualmente.

“Com certeza a situação do parcelamento é uma questão bem crítica. Nesse mês, recebemos a primeira parcela só no dia 16 de maio e os professores e funcionários têm vivido isso, além do que em relação ao contrato de trabalho, houve uma diminuição. Então não temos mais professor com dedicação, são pouquíssimos os professores com esse sentimento, para fazer pesquisa e extensão, e isso também tem levado a um sucateamento da universidade. O tipo de contrato que tem sido feito, além de não realizar concursos, então temos várias questões em jogo”, declarou.

Repúdio

O Conselho Universitário (CONUN/UEMG) e a Seção Sindical dos Docentes da UEMG (ADUEMG), publicaram notas repudiando a situação e pedindo uma solução imediata das partes responsáveis.

Manifestações e funcionamento

Nesta quarta, membros do movimento estarão reunidos para se manifestar na porta da unidade, em Divinópolis, para discutir as irregularidades relacionadas à falta de repasses estaduais, com concentração a partir de 19h. Na quinta (24), os protestos serão realizados no quarteirão fechado da Rua São Paulo, com concentração às 18h.

Em contato com a administração da UEMG, foi informado ao PORTAL que mesmo com a paralisação das aulas, o setor administrativo funciona normalmente. Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a entidade diz que esta ciente e reconhece a manifestação.

O Governo de Minas ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Foto de capa: Elvis Gomes