Professores federais encerram greve após 60 dias
Foto: Divulgação/UFSJ

O acordo prevê um reajuste zero em 2024 devido a limitações orçamentárias, mas inclui um aumento escalonado do reajuste até 2026.

Após 60 dias de paralisação, professores de universidades e instituições federais de todo o país decidiram encerrar a greve e aceitar a proposta de acordo apresentada pelo governo federal. O termo de acordo será assinado na próxima quarta-feira (26/06) e prevê reajuste salarial para as categorias em 2025 e 2026.

Termo de acordo

“Reunido em Brasília neste fim de semana, o Comando Nacional de Greve informa que, finalizada a sistematização dos resultados deliberados nas assembleias da base nos estados entre os dias 17 e 21 de junho, a categoria docente definiu pela assinatura do termo de acordo apresentado pelo governo, a ser realizada em 26 de junho, bem como pela saída unificada da greve a partir de tal data, até 3 de julho”, informou, em nota, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).

Propostas

Apesar de não atenderem integralmente às demandas da categoria, as propostas apresentadas pelo governo foram consideradas um avanço importante. “As propostas apresentadas pelo governo não atendem adequadamente ao conteúdo de nossas justas demandas”, reconhece o Andes em comunicado. “No entanto, os termos refletem avanços que só foram possíveis graças à força do movimento paredista. Para além do que já conquistamos, nos últimos retornos que tivemos do governo federal, a conjuntura aponta para os limites desse processo negocial”.

Negociações e reajuste

O principal ponto era o reajuste salarial para 2024. O governo inicialmente propôs reajuste zero, alegando dificuldades orçamentárias. No entanto, após negociações, foi acordado um reajuste linear de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Além disso, a proposta final inclui medidas de valorização da carreira docente, como progressão na carreira por reconhecimento de saberes e competências.

O Andes ressalta que a greve “alcançou seu limite e que estamos no momento de seguir a luta por outras frentes”. “Apesar da suspensão da greve, a luta por melhores condições de trabalho e ensino continua”, afirma o sindicato. “Continuaremos mobilizados e vigilantes para garantir o cumprimento do acordo e para defender os direitos da categoria docente.”

Retorno das aulas

A paralisação, que durou dois meses, afetou cerca de 500 mil estudantes em todo o país. As aulas devem ser retomadas gradativamente a partir desta segunda-feira (24/06).