134 conseguiram a contratação (Foto: Imprensa/MG)

134 conseguiram a contratação (Foto: Imprensa/MG)

Mais de 460 egressos do sistema prisional mineiro foram encaminhados, neste ano de 2013, a vagas de trabalho. Entre essas pessoas que cumpriram pena e adquiriram liberdade, pelo menos 134 foram, de fato, contratados. Os encaminhamentos foram feitos pelo Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp), desenvolvido pela Coordenadoria Especial de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Na parceria celebrada entre o Governo de Minas e o Minas Pela Paz, desde 2009, já foram viabilizadas 478 contratações de egressos acompanhados pelo PrEsp por meio do programa Regresso.

 

Somente neste ano, cerca de 2.500 egressos procuraram o programa, que desenvolve uma série de ações para minimizar os estigmas decorrentes do processo de privação de liberdade e facilitar o reingresso das pessoas que passaram por essa experiência à sociedade.

 

Além dos encaminhamentos para o mercado de trabalho, o programa ofereceu 60 vagas em cursos profissionalizantes nos municípios de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, Montes Claros, no Norte de Minas, e Uberaba, no Triângulo Mineiro. Além disso, o programa mantem dez vagas para contratação de jovens egressos para trabalharem como aprendizes nos Centros de Prevenção à Criminalidade do Estado.

 

A coordenadora do PrEsp, Daniela Tiffany de Carvalho, ressalta que neste ano foram realizados dois grandes seminários para discutir a empregabilidade de egressos e o atendimento aos pré-egressos do sistema prisional. “O trabalho com pré-egressos, que se chama Preparação para a Liberdade, aconteceu de forma diferenciada em cada unidade. A ideia é apresentar o PrEsp e tentar favorecer a vinculação ao Centro de Prevenção à Criminalidade, e houve desde o desenvolvimento de competências básicas para o trabalho, até a retomada de vínculos familiares, de direitos e apresentações artísticas”, explicou.

 

Em 2013 também foi lançado o primeiro livro do PrEsp, com o título “O egresso do sistema prisional: do estigma à inclusão social”, que sistematiza os dez anos de trabalho do programa.

 

Perspectivas

 

De acordo com Daniela Tiffany, o principal objetivo do programa é favorecer o acesso dos egressos aos direitos sociais. Para o próximo ano, há a ideia de desenvolver, junto com a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulheres (Cepam), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), o Serviço de Atendimento à Mulher Egressa.

 

“O programa avançou muito na qualificação metodológica. Hoje temos um reconhecimento em esfera nacional, do próprio Departamento Penitenciário Nacional (Depen)”, avalia a coordenadora do programa.

 

O programa

 

O Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional está presente em 11 Centros de Prevenção à Criminalidade nos municípios de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Governador Valadares, Juiz de Fora, Ipatinga, Montes Claros, Uberaba e Uberlândia. Somente neste ano o programa já realizou mais de 17 mil atendimentos e, desde 2010, mais de 1.650 egressos já foram encaminhados para vagas de trabalho.