Substitutivo apresentado pela vereadora Kell Silva amplia projeto e inclui textos de diversas tradições espirituais como paradidáticos nas escolas
A vereadora Kell Silva (PV) protocolou na Câmara Municipal de Divinópolis um substitutivo ao Projeto de Lei CM 069/2025, com o objetivo de ampliar o conteúdo da proposta original, apresentada pelo vereador Matheus Dias (Avante). A nova versão do texto permite que, além da leitura da Bíblia Sagrada, outras obras religiosas tenham finalidade de materiais paradidáticos nas escolas públicas e privadas de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas.
De acordo com Kell, que é professora, mestre e doutora em História, a iniciativa busca promover um ensino mais inclusivo, plural e culturalmente enriquecedor. Por isso, o substitutivo autoriza o uso de livros como a Torá, o Alcorão, os Vedas, o Livro dos Espíritos, o Tripitaka, o Livro de Mórmon, o Guru Granth Sahib, além de textos das religiões de matriz africana e saberes dos povos originários.
Durante seu pronunciamento no plenário, a parlamentar destacou:
“Cumpre parabenizar meu par Matheus Dias, que foi inovador ao trazer a religião como elemento cultural da sociedade divinopolitana. Todavia, se a Bíblia Sagrada Católica pode ser lida como material paradidático, nada impede que outros textos religiosos também o sejam. Eles são fontes ricas de história, cultura e filosofia.”
Além disso, Kell reforçou que a pluralidade religiosa enriquece o ambiente escolar. Assim, de acordo com ela, incentiva o respeito às diferenças e contribui para a construção de uma sociedade mais tolerante e empática.
“Mesmo sendo católica apostólica romana, reconheço que vivemos em uma sociedade plural, na qual pessoas das mais diversas crenças precisam ser respeitadas e representadas”, afirmou.
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Leitura da bíblia como ferramenta de apoio nas escolas de Divinópolis
O projeto original, de autoria de Matheus Dias, defende a leitura da Bíblia como ferramenta de apoio nas escolas de Divinópolis. Conforme ele, trata-se de apoio nas disciplinas de história, literatura, filosofia, artes e religião. Ele afirma que a proposta respeita a liberdade de crença. Além disso, garante que não haverá obrigatoriedade de nenhum aluno em participar das atividades, conforme previsto no artigo 2º da matéria.
“Incluir a leitura da Bíblia no ambiente escolar não significa impor uma crença, mas sim oferecer aos alunos o contato com o texto que moldou a sociedade ao longo dos séculos”, explicou.
Agora, com o novo substitutivo em pauta, a discussão se amplia e passa a abranger o papel da diversidade espiritual no processo educacional. O projeto segue em tramitação na Casa Legislativa e ainda precisa passar pelas comissões antes de ir à votação em plenário.