Pequenos produtores do Centro-Oeste mineiro comemoram reconhecimento internacional e a valorização do sabor e da origem do produto

O queijo artesanal produzido na região da Serra da Canastra foi eleito o melhor do mundo pelo site americano “Taste Atlas”, um tipo de guia de turismo. A iguaria mineira ficou em primeiro lugar no ranking dos 50 melhores queijos produzidos no planeta, desbancando os tradicionais Grana Padano, Gorgonzola Piccante e Pecorino Sardo.

E não é a primeira vez que a Canastra ganha destaque mundial, em 2021 e 2019, os queijos produzidos no Centro-Oeste de Minas foram premiados com o título “Super Ouro” no concurso internacional realizado na França, além de outras medalhas no concurso internacional da Expoqueijo em Arará, em 2021 e 2022.

“As premiações são reconhecimentos pela qualidade do queijo, pelo terroir característico da altitude e do clima da região, além do trabalho incansável dos produtores em busca de melhorias para seus produtos. São também uma oportunidade para divulgar o queijo Canastra, atraindo a atenção de mais consumidores dentro e fora do Brasil”, comemora o presidente da Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan), Ivair José de Oliveira.

Tombado como Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, o queijo artesanal, feito de leite cru na Serra da Canastra, já conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência (IP), registro concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Anualmente, mais de 6 mil toneladas são feitas por 800 produtores e vendidas para todo país, inclusive para grandes capitais, como: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

O produto é feito nos municípios de São Roque de Minas, Medeiros, Tapiraí, Bambuí, Piumhi, Vargem Bonita e Delfinópolis, no Centro-Oeste de Minas.

“Em breve, São João Batista do Glória também fará parte das cidades produtoras”, lembra o presidente da Aprocan.

Valorização da origem

Desde 2013, o Sebrae Minas tem apoiado os pequenos produtores de queijo da região da Serra da Canastra. Entre as ações está a realização de diagnósticos, capacitações para a melhoria da qualidade do produto, gestão e organização dos negócios, além da promoção do queijo da Canastra e a criação de uma estratégia para a valorização da identidade e origem do produto.

“O Sebrae Minas tem trabalhado para destacar a importância do território, sua cultura, crenças e valores, por meio de ações que gerem senso de pertencimento e reconhecimento pelo mercado comprador, proporcionando transformações econômicas, sociais e ambientais na região”, afirma o diretor de Técnico do Sebrae Minas, João Cruz Reis Filho.

Esse apoio e incentivo à valorização da origem do produto, fez com que a região da Canastra fosse a primeira a utilizar a “etiqueta de caseína” – feita a partir da proteína do leite e de carbono vegetal.

A etiqueta, que é o selo da Indicação de Procedência da Canastra, permite aos consumidores comprovar a origem e a legitimidade dos queijos produzidos na região, além de inibir a falsificação e permitir a rastreabilidade do produto. Com o número impresso na etiqueta, é possível entrar no site da Aprocan e conhecer o produtor e a data de fabricação.

“São iniciativas que protegem a identidade e a origem do produto, fortalecendo a representatividade do queijo da Canastra no mercado, possibilitando o aumento da renda do produtor e, consequentemente, a melhoria da sua qualidade de vida”, afirma o diretor do Sebrae Minas.