Janete afirmou ter sido procurada por vereadores (Foto: Divulgação)

Amanda Quintiliano

Os 17 vereadores de Divinópolis aguardam o agendamento da reunião com o provedor da Santa Casa de Formiga para os próximos dias. Em um movimento liderado pela vereadora, Janete Aparecida (PSD) eles assinaram documento dando 10 dias para serem recebidos. Os edis querem saber “a que pé” anda o contrato entre a empresa – responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto – e a Prefeitura de Divinópolis.

A Santa Casa está à frente da UPA desde março de 2014 quando venceu a licitação por R$ 1.599 milhão ao mês. Apesar do valor contratual, a unidade que atende outros três municípios (Carmo do Cajuru, São Sebastião do Oeste e São Gonçalo do Pará), custa aos cofres da Prefeitura de Divinópolis, cerca de R$2,3 milhões, ou seja, R$701 mil a mais que o previsto em contrato.

A reunião entre os parlamentares e o provedor é para colocar em pratos limpos todos os rumores que rondam o contrato. Uma série de questionamentos já foi levantado por Janete e será repassado também ao administrador da Santa Casa, Sérgio.

“Temos diversas denúncias e situações que não sabemos quem está falando a verdade, se é o município, se é a Santa Casa. Uma das questões é, por exemplo, um suposto desvio de dinheiro de R$280 mil. Queremos saber se este dinheiro que foi depositado era para pagamento de fornecedores e não foi feito. Queremos a prestação de contas deste dinheiro. A gente quer saber quem realmente está devendo e quanto para os honorários médicos ficarem em dia?”, cita.

Os vereadores também querem saber se a Santa Casa quer ou não manter o contrato.

“Ela tem condições de manter e quer manter este contrato? Ela abre mão da multa para passar a gestão? São perguntas que não adianta a gente supor, precisamos de respostas”, acrescenta Janete.

Preocupação

A preocupação é que a paralisação dos médicos volte a ocorrer, além de problemas recorrentes como falta de medicamentos.

“Não podemos de forma alguma deixar que a saúde e a UPA corram o risco de novamente pararem. Conseguimos o pagamento do dia, e o de novembro, o de dezembro que ainda irão vencer? Como ficarão?”, questiona.

Denúncias

No dia 16 de novembro a Santa Casa emitiu nota afirmando desconhecer as denúncias feitas pelo ex-superintendente, José Orlando Reis, demito uma semana antes. Ele denunciou ao Ministério Público uma série de irregularidades, dentre elas o desvio de dinheiro.

Na nota, a gestora ainda confirmou o interesse de romper o contrato com o município. Disse que acionou a justiça e que pede R$95 milhões pela causa.

O secretário municipal de Saúde, Rogério Barbiere também já falou que Divinópolis tem condições de assumir a gestão da unidade, assim como era na época do Pronto-Socorro e que há estudos analisando a possibilidade, pois o contrato prevê multa.