A unidade conta com sete leitos (Foto: Divulgação/Prefeitura Samonte)

Amanda Quintiliano

A urgência na reestruturação do parque hospitalar da macrorregião Oeste não é segredo. Com gargalhos conhecidos por autoridades e sentidas na pele pela população, a região é uma das que mais demanda atenção, principalmente quando o assunto é leitos. Para tentar otimizar a assistência, todas as instituições de saúde da macro serão visitadas por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde.

O diagnóstico, como é classificado pelo técnicos, já teve início. Nesta primeira etapa serão contabilizados todos os eleitos espalhados nas 34 instituições regulamentadas que atendem pelo Sistema Único de Saúde (Sus). Ao todo, 55 cidades integram a macrorregião Oeste abrangendo uma população estimada em 1,5 milhão de habitantes.

O processo faz parte da elaboração do Plano de Ação Regional (PAR). A partir dele, o Estado trabalhará junto com os municípios na reestruturação da rede de urgência e emergência.

“No segundo momento vamos esboçar e fazer o desenho no Plano de Ação Regional para que todos os componentes da rede hospitalar sejam usados corretamente, desafogando, por exemplo, hospitais grandes como o São João de Deus”, explica a referência técnica e urgência e emergência da regional de Divinópolis, Janusa Munis.

Isso porque, segundo ela, o São João de Deus abraça casos, como cirurgias de pequeno e médio porte que caberiam a outras unidades, que não as fazem.

Ociosidade

Um dos problemas apontados durante o “Café com a Imprensa” realizada pelo São João de Deus para apresentação da Sala Vermelha é exatamente essa ociosidade de leitos em hospitais da região. Em Formiga, por exemplo, há 17 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal habilitados pelo Ministério da Saúde, porém apenas 10 são utilizados.

“Precisaríamos destes sete funcionando em outro lugar, poderia até ser no São João de Deus, mas não vai habilitar aqui enquanto não desabilitar lá, mesmo que o São João tenha estrutura física e corpo clínico”, explicou o secretário executivo do Cis-Urg, José Márcio Zanardi, esclarecendo que a União entende que há leitos suficientes para a demanda da região.

“Leitos temos até muito, são mais de 2 mil leitos clínicos. Mas efetivo com resolutividade é baixíssimo”, completou, interrompido pela referência em urgência, dizendo que não se sabe o real motivo pelos quais as unidades não colocam os leitos em uso.

Com o PAR espera-se a reestruturação da rede com a redivisão de leitos e pactuação de convênios e também da tabela de valores paga por procedimentos pelo SUS.