Candidatos a deputado federal ficaram cara a cara; Críticas ao modelo atual de política e renovação deram tom ao encontro
Marcelo Lopes
Amanda Quintiliano
A segunda bateria de debates promovidos pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Divinópolis (CDL) foi realizada na noite desta quinta-feira (23). Dos 09 candidatos a deputado federal que havia confirmado presença, dois não compareceram: Domingos Sávio (PSDB) e Heloísa Cerri (Avante). Ambos alegaram outros compromissos.
Participaram: Bruce Martins (Podemos), Gilmar de Assis (PSB), João Wellington (Democratas), Newton Cardoso (MDB), Sargento Elton (Patriota), Tiago Mitraud (Novo) e Will Bueno (PPS).
Tributária
Dominando assuntos relacionados às questões tributárias, Bruce Martins ficou à vontade ao falar sobre a desburocratização para abertura de empresas no país. Defendeu a reforma tributária e também o pacto federativo para tirar dos municípios responsabilidades, quando a maior parte dos recursos são abocanhados pelo governo federal.
Ele ainda propôs discussão mais ampla para a criação de um imposto único e a redução dos aplicados sobre consumo.
Falando em renovação de ideias, sinalizou a continuidade do trabalho iniciado pelo pai dele na Câmara Federal, Jaime Martins (PROS). Assim como ele, defendeu a reformulação do modelo de indicação dos ministros do Supremo. Citou bandeiras anticorrupção baseado em projetos encabeçados por Jaiminho, como fim do foro privilegiados e a Lei Ficha Limpa.
Sobre o debate, disse que a iniciativa estimula o desenvolvimento de ideias.
“É debate que estimula o desenvolvimento de ideia, onde podemos explanar pelo menos um pouco em relação aos projetos que irão tocar a vida das pessoas”, disse Bruce ao PORTAL.
Segurança Pública
Sargento Elton levantou as bandeiras já defendidas como vereador. A segurança pública foi enfatizada pelo candidato. Ele propôs a reforma do código penal, a discussão sobre a maioridade e investimento em inteligência. Sargento também citou o piso salarial para policiais. A corrupção foi mencionada pelo postulante que falou em renovação.
“Muitos brasileiro já morreram devido aos desvios feitos pela corrupção”, enfatizou.
Ao PORTAL salientou a importância de apresentar as propostas e citou outras bandeiras.
“Não aguentamos mais tamanha injustiça em nosso país […] Somos contra o aborto, a pedofilia e precisamos levar essas propostas para poder mudar A população não sabe, ao sair, se irá voltar. É necessário mudança radical”, relatou.
Renovação
O termo “mudança” foi citado várias vezes por Will Bueno. Mencionou questões de infraestrutura também como forma de transformação. Defendeu a reforma administrativa e um novo modelo de política.
“Precisamos de reformas dentro do Congresso, que são muito profundas e que se mantermos as mesmas pessoas que estão no sistema, elas não irão deixar essas mudanças avançarem, pois todas elas têm algo em comum: tiram poderes de quem está lá hoje e devolve para a sociedade”, declarou.
Vida pública
Gilmar Assis abriu o debate tocando na ferida. Relembrou ter conduzido a atual intervenção responsável pela gestão do Complexo de Saúde São João de Deus e defendeu um modelo de região sustentável para a saúde.
O ex-promotor também defendeu a educação como ferramenta ao combate a corrupção e criticou o excesso de responsabilidades dos municípios. Propôs ainda a regulamentação das emendas parlamentares e, como os demais, falou em renovação.
“A maioria dos temas que foram colocados já tínhamos um certo planejamento e temos planos de ações do que foi colocado aqui “, disse Gilmar ao PORTAL.
Polêmicas
Enquanto Gilmar Assis colocou o dedo na ferida, João Wellington apontou o dedo aos adversários. Foi o único a criticar abertamente candidatos defendendo a renovação e o voto em nomes que nunca ocuparam cargo público.
“Estou pregando a mudança. Votem nos novos e não em quem está até agora, pois deixaram o nosso país afundar. É isso que acredito”, defendeu em entrevista ao PORTAL.
João Wellington optou por um tom mais de ataque e frases de impacto. Defendeu a reforma trabalhista aprovada e disse que funcionário com muito tempo de casa vira “inimigo” do patrão, devido aos riscos de processos trabalhistas. Afirmou ainda que as leis devem olhar mais para o empregadores.
Sobre a segurança pública, criticou os diretos humanos e falou da falta de incentivos para policiais.
Direito de resposta
As críticas aos colegas de debates fizeram que fosse concedido direito de resposta a dois dos presentes: Bruce Martins e Newton Cardoso.
Wellington disse que votar neles é votar na continuidade, já que ambos são filhos de políticos e pouco fizeram para Divinópolis, segundo ele. Bruce rebateu citando projetos defendidos pelo pai – que estava na plateia. Afirmou que a renovação é de ideias.
Já Newton foi mais duro e questionou – indiretamente – porque o adversário (João Wellington) havia se filiado a uma coligação em que há nomes e partidos envolvidos em escândalos de corrupção.
Aproximação
Newton Cardoso Júnior também defendeu a reforma trabalhista já aprovada. Destacou que ela foi responsável pela redução de processos trabalhistas e a aproximação entre empregado e trabalhador. Disse que são necessárias constantes atualizações para modernização.
O emedebista saiu em defesa das emendas parlamentares e usou a “meritocracia” para justificar. Em outras palavras, para ele, a distribuição delas ocorre de acordo com os méritos de cada parlamentar em aglutinar apoio, construir bases sólidas, a partir dos esforços.
“Parabenizo pela iniciativa de propor um debate construtivo e propositivo para o desenvolvimento não somente de Divinópolis, mas de toda Minas Gerais”, disse Newton.
Mudança
Tiago Mitraud aproveitou cada oportunidade para criticar o modelo atual de política. Assim como os demais, defendeu pontos da reforma administrativa como o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical que, segundo ele, contribuía para o que chamou de “máfia de sindicatos”. Para ele, o associativismo é positivo desde que não seja forçado. Ele ainda propôs mais avanços para a modernização da CLT.
Ele ainda defendeu a unificação das polícias, investimento em inteligência, gestão e tecnologia. Foi duro ao criticar as emendas parlamentares. Afirmou ser contra e as classificou como “compra de apoio político”.
“É um ótimo espaço que a CDL abre para a gente apresentar para a população de Divinópolis e a toda a população mineira uma nova forma de fazer política, sem ficha suja e propostas antigas, para poder renovar a política no país, pois estamos precisando de mudança”.
CDL Divinópolis
A presidente da CDL Divinópolis, Alexandra Galvão destacou a proposta de aproximar para levar as propostas do segmento.
“Conhecemos os desafios das pequenas e das médias empresas e com isso temos muito a contribuir com todo esse processo que queremos que realmente seja o efetivo desenvolvimento e o crescimento da nossa economia. Mais geração de empregos, renda é o desenvolvimento em todos os aspectos econômicos e principalmente sociais”, finalizou.