Amanda Quintiliano
Com a operação da Sala Vermelha no Hospital São João de Deus (HSJD) levanta-se outra questão: o custeio. Os R$ 400 mil repassados mensalmente pelo Estado pagam apenas a equipe médica. Para viabilizar o funcionamento, o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça e Defesa da Saúde (CAO-Saúde), Gilmar de Assis chamou os municípios para a responsabilidade.
“Nosso plano estratégico não ignora a necessidade de os municípios sedes, referências nas microrregiões, também fazerem seu dever de casa. Para isso eles precisam de um equilíbrio econômico-financeiro”, argumentou.
A proposta é que parte do custeio, tanto da Sala Vermelha, como de outras unidades hospitalares que integram a rede de urgência e emergência, seja dividida entre as cidades que a compõem. Uma reunião com o Ministério da Saúde está marcada para o dia 23 de maio. Inicialmente, é necessário levantar o custo real dos hospitais referências para que haja o compartilhamento.
“Para que a partir daí o Ministério da Saúde possa assumir 50%, o Estado 25% e o conjunto dos municípios 25%. Isso já está bastante adiantado”, contou.
TAC
Caso cheguem a um acordo, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) será firmado.
“Não por representar penalidade, mas porque será necessário quebrar uma cultura, em tempos de escassez de recursos, temos que ter a compreensão, que não podemos dispersar recursos com pequenos hospitais sem resolutividade”.
A contribuição dos municípios seria de acordo com o número de habitantes, a exemplo do repasse feito, por exemplo, ao Cis-Urg, para a manutenção do Serviço Móvel de Atendimento a Urgência (Samu). O montante seria compartilhado entre os hospitais referências.
“Não tem como funcionar rede de urgência e emergência sem que toda a rede funcione. Cada um com seu papel, o hospital nível um, dois, três, eles têm que funcionar e dar retaguarda”, completa a superintendente do HSJD, Elis Regina.
Receita
Enquanto o TAC não é firmado, a superintendente acredita que a Sala Vermelha será porta de entrada para outros setores gerarem receita.
“O modelo que estamos desenhando é que se destine a nossa Sala Vermelha aquele paciente que seja de alta complexidade. Porque esse paciente vai demandar de CTI, de uma cirurgia e são setores que trazem receita para o hospital”.
Sala Vermelha
Independente do modelo de custeio, a Sala Vermelha já está funcionando. A inauguração foi nesta segunda-feira (15). Inicialmente, serão aceitos os pacientes regulados pelo SUS Fácil, ou seja, é necessário encaminhamento, com exceção da saúde complementar (planos de saúde, particular).
“Assim que o Samu estiver funcionando, aí sim os pacientes poderão ser trazidos pelas ambulâncias do Samu”, explica o diretor técnico do HSJD, Eduardo Mattar.
Ainda faltam duas etapas para serem concluídas. A previsão é de até 6 de julho todo o projeto já ter sido executado.
“As duas próximas etapas contemplam a reestruturação do pronto-atendimento no qual será uma estrutura de consultórios”, conta.
A Sala Vermelha conta com quatro camas para atendimento ao SUS e uma para a saúde complementar. Ela também contará com oito especialidades médicas 24 horas por dia (pediatria, clínica médica, cirurgia geral, anestesia, ortopedia, cardiologia, neurocirurgia e urologia).
Samu
O secretário adjunto de Estado de Saúde, Nalton Moreira confirmou que o Samu será inaugurado no dia 06 de junho, um dia após a conclusão da segunda etapa da Sala Vermelha. A previsão é de que o governado, Fernando Pimentel participe da solenidade.