O medicamento tem um alto custo e por isso não é disponibilizado em todos os hospitais credenciados pelo SUS (Foto: Marcelo Lopes)

 

O serviço completa um ano em operação do Centro-Oeste com dois investimentos; Ultrassom portátil também foi adquirido para ambulâncias

Marcelo Lopes

Completando um ano de implantação na região Centro-Oeste, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), divulgou para a imprensa, na manhã desta quinta-feira (07), o balanço dos serviços em funcionamento nestes primeiros doze meses. Também foram anunciados dois investimentos.

Desde o início das operações, em 06 de junho do ano passado, o Samu registrou 240 mil ligações, totalizando o número de 20% de toda a população que compõem os 54 municípios que formam o Consórcio CIS-URG-OESTE. Deste levantamento, foram realizadas 30 mil orientações por telefone e 42 mil saídas de unidade de atendimento efetivo, tanto de suporte avançado (16%), e suporte básico (84%).

“É importante destacar que o nosso Núcleo de Educação Permanente (NEP) também tem feito, não só a capacitação de nossos profissionais, mas também, formando uma rede de pessoas, seja dentro de empresas, escolas, prefeituras, unidades de saúde, com capacidade de ajudar em um atendimento de alguém que está ao lado, então isso é importante de dizer que não é só o Samu que está fazendo urgência e emergência, mas está levando isso como possibilidade para toda a população”, disse José Márcio Zanardi, diretor executivo regional.

Dados foram apresentados em coletiva (Foto: Marcelo Lopes)

Já no que se tange aos trotes, os dados ainda são expressivos. Este tipo de ligação representa uma média de 22% no levantamento registrado neste primeiro ano de implantação. Porém neste mês de junho, devido a campanhas de conscientização implantadas pelo Samu, o número, até o momento, caiu para 8%.

Novidades

Dentre as informações passadas pelo Consórcio, existem duas novidades para auxiliar os processos de atendimento no Samu da região. Uma delas é a aquisição do medicamento Tenecteplase, que, de alto custo, foi adquirido para ajudar nos procedimentos em pacientes que diagnosticarem infartos agudos do miocárdio.

O Tenecteplase pode ser administrado em bolos, então não é preciso a bomba de infusão, administrando rapidamente, dentro da viatura.

“O infarto agudo do miocárdio causa cerca de 100 mil mortes por ano no Brasil. É interessante que cerca de 40, 50% destes óbitos acontecem na primeira hora de manifestação dos sintomas e cerca de 80% das mortes ocorrem nas primeiras 24 horas. A importância do medicamento no atendimento pré hospitalar, é o procedimento rápido neste paciente. Como são poucos os hospitais que têm este medicamento na nossa região, a disponibilização do mesmo nas unidades de suporte avançado, permite que as pessoas infartadas tenham este atendimento e sejam trombolizadas o mais rápido possível, evitando, assim as complicações no infarto e também, em muitos casos, a mortalidade desta doença”, explicou a farmacêutica Ana Paula Carregal.

Uma outra novidade é o auxílio da tecnologia, com a disponibilização de um ultrassom portátil, que será utilizado dentro das ambulâncias para o atendimento de urgência e emergência e alguns procedimentos invasivos. Segundo o Samu, mais de 30 municípios não tem ultrassonografia a disposição.

“Por exemplo, detectou um infarto agudo do miocárdio, precisa pegar um acesso venoso e certas dificuldades podem acontecer, pode ser um auxílio para um procedimento invasivo, juntamente com o monitor de parâmetro, que vai detectar algumas complicações e vai monitorar este paciente. Pode ajudar em um outro paciente, de forma grave, nestes acidentes que ocorrem em rodovias e se percebe que está com hemorragia, o aparelho consegue identificar isto. Uma gestante de alto risco, um sofrimento fetal, então o ultrassom vai auxiliar com a imagem, que é feita via sistema iOS, no tablet e conseguimos transmitir para uma central de regulação. O médico intervencionista da unidade avançada irá conseguir ter um diagnóstico e irá encaminhar para a porta mais adequada”, explicou a gerente de enfermagem Tamara Lesse.

As aquisições foram possíveis com o auxílio de prefeitos, do Governo do Estado e de processos externos de economias para a compra do aparelho. De acordo com o Samu, treinamentos serão aplicados, ainda neste mês, para o uso do medicamento e do ultrassom antes, dos itens irem para as ambulâncias.

Financeiro

De acordo com Zanardi, a situação financeira do Samu é estável. Os municípios em débito já negociaram ou quitaram. O Estado está com duas parcelas em atraso e a previsão é de quitar ambas ainda este mês.