A oitiva foi nesta quarta-feira (12) (Foto: Marcelo Lopes)

 

Ela é esposa do proprietário e foi ouvida na CPI dos áudios; Diretor de comunicação da prefeitura também foi ouvido

Marcelo Lopes

Mais dois depoimentos foram realizados na tarde desta quarta-feira (12), para a continuidade das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), conhecida como “CPI dos Áudios”, que investiga indícios da prática de atos lesivos ao interesse público por parte do Poder Executivo de Divinópolis.

Na ocasião, foram ouvidos o diretor de comunicação da prefeitura, Evandro Araújo e a gerente de marketing do Executivo, Sandra Passos, esposa do jornalista Geraldo Passos, que também é investigado pelos parlamentares membros da CPI.

Evandro Araújo

Em uma oitiva rápida, Evandro disse aos membros da CPI que teve conhecimento dos áudios vazados pelas divulgações noticiosas da imprensa divinopolitana. O diretor de comunicação negou que tenha enviado a minuta de decreto de nomeação de Marcelo Máximo, por WhatsApp, à Geraldo Passos.

Evandro também relatou que as especificações de uma contratação não passam pela diretoria de comunicação, sendo exclusiva atividade da Secretaria de Administração. O depoente também afirmou que não foi sondado por nenhum servidor da prefeitura e nem por Geraldo Passos sobre o decreto. Araújo encarou a oitiva com naturalidade.

“Venho até aqui de uma forma muito tranquila, pois acredito que na condição de um cargo público, seja em CPI ou em qualquer outra convocação, é uma obrigação que temos que fazer. Tem que se esclarecer todos os assuntos pertinentes relacionados ao seu trabalho. Por isso, vim contribuir no que foi possível, dentro do que podemos dizer aos questionamentos desta comissão. Respondi no que tive conhecimento e acredito que isso é muito natural”, declarou Evandro Araújo.

Sandra Passos

Logo em seguida, Sandra Passos foi ouvida pela CPI, também um uma oitiva não muito longa. Ela declarou que a relação com Galileu Machado é somente profissional e que o contato com o prefeito, fora este, foi em um evento da Câmara Municipal, sobre o centenário de Divinópolis, o qual a depoente realizou um briefing do emedebista para a ocasião.

Sandra relatou que soube da vaga no departamento de marketing da Prefeitura através do Portal da Transparência e como uma profissional pró ativa, buscou, no mês de janeiro, uma agenda para uma entrevista com o prefeito, com o objetivo de preencher o cargo, o qual tomou posse em 19 de março, após a realização de exames médicos para exercer a função.

Ao ser questionada sobre algum envolvimento com o blog Divinews, Sandra declarou que não tem nenhuma interferência nos conteúdos do site, exceto que anteriormente tinha o domínio no nome dela e que foi transferido para Geraldo, quando tomou posse no cargo de gerente de marketing. Quando perguntada em relação ao processo de nomeação, ela declarou que não conhece a história dos outros contratados e que isso cabe a Secretaria de Administração.

A oitiva foi nesta quarta-feira (12) (Foto: Marcelo Lopes)

“Eu não sei nada do que acontece do ponto de vista da Secretaria de Administração. Minha atuação é no departamento de marketing e atualmente estou focada em desenvolver projetos internos e externos. Nada sei. Para dizer bem a verdade, eu não sei nem o que eu vim fazer aqui a não ser que pela situação do domínio do Divinews estar no meu nome, mas vocês (imprensa) sabem bem quem é o site. O Divinews é o Geraldo Passos, não sou eu. Vim aqui de boa vontade, pois isso é cidadania, temos que estar disponíveis e principalmente quando não devemos nada para ninguém”, disse Sandra.

No final da oitiva, o vereador Edson Sousa (MDB), disse que irá colocar a disposição a quebra do próprio sigilo telefônico e de mensagens, desde a posse do mesmo, dizendo que tem conversas importantes para serem reveladas.

Próximos passos

Com o fim dos 120 dias nesta quarta (12), a CPI terá agora mais 60 dias para continuar as investigações. De acordo com o presidente, Ademir Silva (PSD), ainda não foi obtido a quebra do sigilo telefônico de envolvidos nas investigações. A mesma ainda não ocorreu devido a espera ainda presente da Justiça para o recebimento de documentos.

Mais um depoimento deverá acontecer ainda neste mês, com o procurador Lauro Coelho. Ele usou de uma prerrogativa para poder ser ouvido no ambiente de trabalho.

“Estamos aguardando o Lauro Coelho,para estarmos ouvindo na Procuradoria e vamos esperar chegar essa quebra de sigilo telefônico para vermos quem iremos chamar, se faremos uma acareação ou não”, finalizou Ademir