Déficit mensal é de R$ 1,2 milhão (Foto: Divulgação)
Glaucia disse que o repasse do Estado será feito até dia 31 de maio (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

Glaucia disse que o repasse do Estado será feito até dia 31 de maio (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

Um Raio-X do Hospital São João de Deus foi apresentado durante a audiência pública, realizada na manhã desta terça-feira (26), na Câmara de Divinópolis. As falas dos profissionais, incluindo de médicos que atuam na unidade deixou claro o problema do hospital: falta de dinheiro. Com capacidade para atender até 90% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), hoje esse índice não passa de 60%.

Em agosto do ano passado os procedimentos realizados pelo SUS chegavam a 1,3 mil por mês. O número caiu para 900 e hoje não chega a 600. Isso porque o hospital não tem condições de atender além do que foi contratualizado, já que há débitos da União e Estado a serem recebidos. Junto a dívida dos dois entes federados chegam a R$ 5,2 milhões.

A superintendente regional de Saúde, Glaucia Sbampato disse que o Estado se comprometeu a pagar o que deve até o dia 31 de maio. São R$ 800 mil da rede de urgência e emergência (venceu em março e abril) e R$ 1,5 milhão do ProHosp (venceu em abril). Já o governo federal deve o São João de Deus R$ 3,7 milhões do incentivo a contratualização, o IAC.

Glaucia destacou a queda da assistência. Disse que manter o atendimento é prioridade do governo e que o hospital pode ver os recursos minguarem devido à queda dos procedimentos realizados. Isso porque o Ministério da Saúde paga 50% sob o valor do IAC por cumprimento de meta.

Apesar de a superintendente mencionar o incentivo do IAC, o governo federal e estadual não vem cumprindo os acordos feitos. Até hoje o hospital aguarda o Incentivo de Gestão Hospitalar (IGH); o custeio dos novos 20 leitos da UTI; a Rede de Respostas; e a Rede Cegonha. Os leitos chegaram a funcionar por quase um ano e agora não atendem mais o SUS, pois não há repasses.

Ociosidade

Os médicos do São João de Deus, Renato Corgozinho e Cristiano fizeram uso da palavra e confirmaram a ociosidade do hospital. Reafirmaram que a unidade está com 40% da capacidade para atender o SUS parada. Disseram ainda que não se trata apenas de querer atender os pacientes da saúde pública, mas de ter dinheiro para arcar com os procedimentos.

Um dos participantes da audiência, o ex-secretario-adjunto de saúde, Gilmar Santos chegou a sugerir que sejam fechados os hospitais da região que não cumprem o papel deles e que o recurso seja repassado para Divinópolis.