Gestão confirma suspensão de subsídio a partir de 1º de outubro; vice segue sem aparecer desde a Operação Rejeito
A Prefeitura de Itaúna anunciou, nesta terça-feira (7/10), a suspensão do pagamento do subsídio mensal do vice-prefeito Hidelbrando Canabrava Rodrigues Neto (PL), que está ausente desde o dia 15 de setembro sem apresentar justificativa oficial à administração municipal.
Conforme a nota divulgada pela prefeitura, a decisão tem caráter preventivo e cautelar, adotada “em estrita observância aos princípios da legalidade, moralidade, eficiência e transparência”. O Executivo afirma que o pagamento a agentes públicos exige o efetivo exercício das funções do cargo. Além disso, que a ausência prolongada configura motivo legítimo para a suspensão.
“A ausência prolongada e não justificada do exercício do mandato configura motivação legítima, legal, respeitosa e preventiva para a suspensão do referido pagamento”, diz o texto.
A medida entrou em vigor em 1º de outubro, quando se encerrou o prazo legal para afastamento não autorizado. Isso, conforme o artigo 80 da Lei Orgânica do Município.
Vice-prefeito não retornou à prefeitura de Itaúna desde a Operação Rejeito
O PORTAL GERAIS já havia revelado que Hidelbrando, mesmo sem comparecer à prefeitura desde 16 de setembro, quando publicou foto em um avião rumo ao exterior, recebeu normalmente o subsídio de setembro. A viagem, de acordo com a administração, não é oficial nem tem relação com o cargo.
Apesar da ausência, ele recebeu integralmente o salário de setembro, conforme verificado no Portal da Transparência. A própria prefeitura afirmou à reportagem que não tinha confirmação se o vice-prefeito permanece fora do país.
Hidelbrando é investigado pela Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de setembro. Ação ocorreu em conjunto com a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Receita Federal. A investigação apura um esquema de corrupção e fraudes em licenciamentos ambientais ligados ao setor de mineração, com movimentação estimada em R$ 1,5 bilhão.
Documentos da PF apontam que Hidelbrando é sócio de empresas suspeitas de obtenção fraudulenta de licenças ambientais e de vínculos com o lobista Gilberto Horta, preso durante a operação. Após a deflagração, o prefeito Gustavo Mitre exonerou Hidelbrando do cargo de secretário de Meio Ambiente.
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Prefeitura reforça compromisso com a transparência
Na nota, a Prefeitura de Itaúna afirmou que a decisão visa “assegurar a correta aplicação dos recursos públicos e o cumprimento dos deveres funcionais por parte dos agentes políticos”.
A gestão também destacou que o processo tem caráter investigativo e que Hidelbrando mantém direito ao contraditório e à ampla defesa.



