Setor contabiliza R$3,72 bilhões em prejuízos durante a pandemia em todo o país; Redução da demanda foi superior a oferta do serviço

O setor do transporte coletivo contabiliza mais de R$3,72 bilhões em prejuízos desde o início da pandemia no Brasil. O número é da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU). A realidade de Divinópolis não é diferente. Impactada diretamente, demissões já foram registradas, o salários estão parcelados e há risco de paralisação do serviço.

O presidente do Consórcio TransOeste, Felipe Carvalho aponta uma realidade mais negativa do que em alguns municípios mineiros, como Belo Horizonte.

“Aqui está, as vezes, pior porque não houve nenhum auxílio financeiro do poder executivo”, afirmou.

A crise foi desencadeada a partir da queda drástica da demanda, cerca de 80%, sendo que a prestação do serviço reduziu em índices menores, 25%, segundo a NTU. Ou seja, a demanda diminuiu em proporções maiores do que o número de ônibus circulando.

“A população quer hoje mais ônibus com menos passageiros. Essa conta não tem como sustentar apenas pela tarifa. Tem que existir subsídio financeiro”, alerta Carvalho.

As cinco empresas que compõem o consórcio empregam, hoje, 400 trabalhadores. A demissão foi apenas uma das medidas adotadas para minimizar o impacto, mas a situação pode se agravar.

“Existe risco de atrasos nos salários e de faltar óleo diesel o que consequentemente pode paralisar os serviços”, antecipou.

Fontes alternativas

A solução, segundo o empresário, é criar fontes alternativas de custeio do sistema que não seja a tarifa.

“Hoje a tarifa é a única receita do sistema. Todos os ônus o usuário é quem paga. Até as gratuidades e o ISS por exemplo. Tem coisa mais injusta que um cidadão pagar para outra pessoa andar de graça? Quem tem que pagar as gratuidades é o poder público”, argumentou.

As empresas querem subsídio público e desoneração de impostos para impedir a paralisação da prestação do serviço.

Redução da tarifa

A NTU defende a adoção de uma nova política tarifária, com desonerações e recurso de outras fontes que ajudem a reduzir o custo do transporte em até 50% em todo o país, permitindo baixar a tarifa e trazer de volta pelo menos 20% dos passageiros que deixaram de ter acesso ao transporte público devido ao preço.