Presidente do Conselho de Saúde demonstra preocupação e diz que o documento não apresenta soluções
O plano de contingência apresentado pelo Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (IBRAPP) – empresa responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis foi visto com “preocupação” pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde Guilherme Lacerda.
O documento foi enviado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) alterando o modelo de atendimento até o dia 23 de junho, sem deliberação do conselho.
“É um plano sem solução. Tirar o protocolo de Manchester, na minha opinião, é preocupante, porque não expõe de que forma esses pacientes serão atendidos. Qual é a prioridade, qual é a lista, quem vai ser atendido. É uma decisão interna que não dá transparência”, afirmou.
O plano foi motivado pela falta de médicos plantonistas. Na semana passada, uma reunião foi realizada na UPA com a participação do prefeito Gleidson Azevedo (PSC) e da vice-prefeita Janete Aparecida, com a presença também do presidente da entidade Guilherme Lacerda.
A gestora ficou de apresentar ao conselho um orçamento para reajuste do contrato. O presidente deu garantia que ele seria pautado assim que chegasse, inclusive, com convocação de extraordinária.
“A UPA está demonstrando uma desorganização e falta de planejamento. Espero que nos próximos dias isso se organize para que a população tenha mais transparência de como vão ser esses atendimentos e, claro, a garantia de que vão ter esses atendimentos”, disse.
Tempo de espera
Por 15 dias, a contar do dia 9 de junho, os pacientes serão atendidos pelo clínico geral e encaminhados à especialistas (cirurgia/pediatra/ortopedista) quando necessário e solicitado pelo clínico assistente do caso.
A mudança irá acarretar ainda mais na demora dos atendimentos podendo extrapolar o previsto pelo Protocolo de Manchester, devido a ausência de médicos de porta. Serão priorizados os casos de emergência médica. Hoje, no cao mais simples o paciente pode esperar até 4 horas, entretanto, habitualmente, já é extrapolado.
“O IBRAPP ainda destaca que nenhum paciente que procurar a UPA deixará de ser atendido, mas os atendimentos são priorizados de acordo com a classificação do Protocolo de Manchester. Com a falta de profissionais, os casos considerados não urgentes poderão demorar a receber atendimento”, informou ao PORTAL GERAIS.
Para tentar atrair médicos, segundo o IBRAPP, dentre as medidas adotadas está, inclusive o aumento do valor pago pelo plantão.
Atualmente são aplicados três valores para plantões de 12 horas: R$ 1,1 mil de segunda a sexta; R$ 1,2 mil sábado e domingo durante o dia e R$ 1,3 mil para sexta, sábado e domingo à noite.
Para tentar preencher as escalas, segundo a empresa, foram oferecidos R$ 2,8 mil por plantão, mesmo assim, sem sucesso.
Essa semana a prefeitura divulgou a escala com vagas para médicos.
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Superlotação
A sobrecarga dos profissionais também é um dos reflexos na dificuldade de preencher os plantões. Entre sexta (9/6) e domingo (11/6) foram realizados 870 atendimentos, a maior parte (629) de pacientes que poderiam ser acolhidos por Unidades Básicas de Saúde. O outros 241 eram classificados como urgência, muita urgente e emergência.
“A UPA é uma instituição de porta aberta voltada para os atendimentos de urgência e emergência”, afirma o IBRAPP.
A orientação é para que esses pacientes não urgentes, procurem os postos de saúde mais próximo de casa, sendo que sete deles funcionam até as 22hs. A população que está com síndrome gripal leve pode procurar também o Ambulatório da Gripe, montado na Policlínica.