Servidores do INSS mantêm greve e cobram reajuste salarial
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A categoria exige um reajuste salarial que aumente o vencimento base, além do cumprimento do acordo de greve de 2022.

Os servidores do INSS decidiram continuar a greve, que já dura mais de 42 dias, alegando que o governo federal não considerou as propostas de negociação apresentadas pela categoria. Os trabalhadores exigem um reajuste salarial que aumente o vencimento base e não apenas as gratificações, além do cumprimento do acordo de greve de 2022, que abrange temas como condições de trabalho e valorização da carreira.

Continuidade da greve

Na última quinta-feira (22/08), a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) detalhou as razões para a continuidade da greve, após assembleia realizada na quarta-feira (21). A federação enviou um ofício ao secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação (SRT/MGI), José Lopez Feijó, solicitando mais informações sobre a proposta governamental de 12 de agosto e seu impacto financeiro. A Fenasps também pediu a agendamento de uma nova reunião para discutir melhorias na proposta.

Críticas

Viviane Peres, representante da Fenasps, criticou a falta de uma mesa de negociação para discutir as pautas da greve, incluindo o não cumprimento do acordo de 2022. Ela afirmou: “O MGI apresentou um ‘ultimato’ com propostas de reajuste que podem chegar a 18% entre 2025 e 2026, mas com a maior parte desse aumento em gratificações de desempenho, sem impacto no salário base.” Peres também ressaltou que o início de carreira no Seguro Social é de menos de R$ 800 e acusou o governo de ampliar a diferença entre o vencimento básico e as gratificações.

Negociação e proposta

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos informou que a última reunião de negociação ocorreu em 9 de agosto, onde foi apresentada uma proposta de reestruturação da carreira, com ganhos acumulados de 28,9% para os níveis superior e intermediário, e 24,8% para o nível auxiliar, entre 2023 e 2026. O ministério aguarda a manifestação das entidades sindicais até o final da semana e afirmou que a discussão sobre o acordo de 2022 será abordada no Comitê Gestor da Carreira.