Sintram diz que prefeito está intimidando professores; Administração quer tirar sindicato das negociações
A greve geral dos servidores municipais de Bambuí, iniciada no início da semana, alcançou nesta quinta-feira (26) um novo patamar de mobilização. No terceiro dia de paralisação, o movimento não apenas cresceu em número de participantes como também ganhou o apoio espontâneo da população. Ao mesmo tempo, o impasse se agravou após a Prefeitura encerrar unilateralmente o diálogo com o sindicato da categoria.
Logo ao amanhecer, centenas de servidores voltaram a ocupar a frente da Prefeitura, exigindo uma negociação justa e respeito ao funcionalismo público. Ainda que dois dos três pontos da pauta tenham avançado, restava apenas a definição sobre o vale-alimentação item para o qual o Executivo alegava necessidade de mais prazo ou redução do índice de reajuste.
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Contudo, ao invés de avançar, o processo de negociação sofreu um duro revés. Em ofício enviado na véspera, o prefeito Firmino Júnior comunicou o fim das tratativas com o Sintram e informou que apenas dialogaria com “dois servidores”, ignorando completamente a representação sindical legal o que, segundo o sindicato, configura violação à legislação trabalhista e ao próprio Estatuto da entidade.
Simultaneamente, o chefe do Executivo optou por participar da inauguração de um supermercado na cidade, gesto que gerou forte repercussão entre os servidores. Como resposta, foi realizada uma manifestação em frente ao estabelecimento, reforçando a cobrança por valorização profissional.
Além disso, os grevistas percorreram as principais ruas da cidade em uma caminhada que contou com a adesão de diversos munícipes. A população, não apenas aplaudiu o ato, como também manifestou repúdio à postura da gestão atual e pediu a saída do prefeito.
Na sequência, uma ação de panfletagem e bandeiraço foi promovida na Praça Coronel Torres. O material distribuído destacou que, hoje, em diversas secretarias, há mais contratados sob pressão do que servidores efetivos, revelando o desmonte estrutural do serviço público municipal.
Como consequência do impasse, foi protocolado na Justiça do Trabalho um pedido de dissídio coletivo. Dessa forma, o Município será obrigado a participar de mediação com o Sintram, sob supervisão de um desembargador.
Entretanto, ao invés de buscar uma saída negociada, o prefeito Firmino Júnior intensificou a pressão. No fim da tarde, convocou todos os diretores de escolas para uma reunião, na qual, segundo relatos, os intimidou para que pressionassem os grevistas a retornar às atividades.
Apesar das tentativas da Prefeitura de afirmar que as escolas estão “retornando ao normal”, a realidade apontada pelos servidores é bem diferente. Segundo eles, muitas turmas estão sendo ocupadas por contratados coagidos, o que configura uma tentativa de maquiar a real dimensão da paralisação.
Para o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, a tentativa de manipular a opinião pública não surtirá efeito:
“O prefeito insiste em jogar cortinas de fumaça, mas as ruas mostram a verdade: nossa greve é legítima, pacífica e tem o apoio da população. Seguiremos até a revogação da LC 001/2025 e a garantia de direitos.”