Protesto de professores de São Gonçalo do Pará
Professores estão mobilizados na porta da Prefeitura - Foto: Sentram

Greve na rede municipal chega ao quarto dia; Secretária relatou dificuldades nas negociações

A greve dos professores da rede municipal de ensino em São Gonçalo do Pará chega ao quarto dia consecutivo. Os servidores protestam em razão de estarem sem receber os salários integrais desde o início do segundo semestre. Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro Oeste de Minas Gerais (Sintram), a categoria diz que o prefeito, Toninho André (MDB), pagou 51% dos salários de setembro e não há expectativa para a efetuação do restante da folha correspondente a este mês, além também dos valores respectivos a outubro, no qual o quinto dia útil seria nesta quinta-feira (08).

Negociações

Nesta quarta (07), os professores tiveram uma assembléia com o Executivo para discutir propostas para solucionar a situação salarial dos educadores. O PORTAL conversou com a secretária de educação, Terezinha Ferreira de Sousa, e a mesma contou que os servidores sugeriram que cortes fossem feitos para amenizar os pagamentos, algo que, segundo ela, já está sendo feito.

“Nós tivemos cortes na educação em diversos setores da administração. Agora eles estão analisando a proposta, porque o dinheiro infelizmente não caiu, o todos nós sabemos a realidade que se vive o Fundeb e estamos impossibilitados de fazer qualquer coisa, então partimos para os cortes, para ver se com isso, consegue-se fechar a folha, pelo menos até dezembro”, contou.

Ainda sobre os cortes, Teresinha relatou que alguns estão ocorrendo em obras e no transporte de universitários, no qual estes pagavam 100% dos serviços, mas não irão conseguir mais até o momento. A secretária também declarou que há uma dificuldade nas negociações.

“A negociação com o sindicato é com um e lá são outras e eles estão denegrindo as pessoas, saindo na rua, falando coisas absurdas e eles mesmos colocaram para mim na reunião, falando “você sabe como é sindicato, “sindicato usa dessas estratégias”, mas denegrir nome de pessoas não, acreditamos que isso não é preciso. Foi o que eu disse para a equipe ontem. Em hora nenhuma, eles procuraram para pedir ajuda. Pelo menos aqui temos como lema atender cada um, ninguém desce ou sobe as escadas sem ser atendido. Na minha gestão, isso nunca aconteceu (…) não procuraram um vereador para pedir ajuda, para tentar resolver, já foram direto no sindicato e queriam greve, estão de greve. Foi feita a análise e a administração está muito segura disso. Eu mesma fui a primeira que foi atrás e realmente não tem como fechar esta folha, pois tem uma de setembro que conseguimos pagar só 48% e o outubro a gente teria que estar pagando pelo menos um pouco, mas não chegaram recursos para fazer isso”, declarou.

Sobre os repasses correspondentes ao Fundeb, feitos pelo Governo de Minas, Teresinha disse que Toninho está desde a última segunda (05) indo a reuniões na Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Itapecerica (Amvi) e em Belo Horizonte, para garantí-los.

“Parece que nesta sexta (09) tem uma outra reunião marcada em BH e eles (prefeitos), estão pressionando, mas para uma cidade pequena, como a nossa, temos uma arrecadação menor e infelizmente os recursos não vieram”, finalizou Teresinha.

Repasses

Segundo a Secretaria de Educação de São Gonçalo do Pará, o Estado deixou de repassar R$ 1.155.336,14. Em relação aos repasses gerais, o Município não recebeu, até o momento, R$ 3.281.970,06.