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A sífilis pode ser diagnosticada por exame (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A sífilis se divide em quatro fases; Na última a doença pode atingir o cérebro, a chamada neurossífilis

O mês de outubro verde, especificamente o terceiro sábado de outubro de cada ano, é voltado para o combate à Sífilis como infecção sexualmente transmissível. O movimento visa enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequado.

Devido a sua importância, a reportagem do PORTAL GERAIS conversou com a Enfermeira e Especialista em Saúde Mental do Cuidador (UNESP), Daniela Magno. Ela enfrentou o diagnóstico da doença com a própria mãe e, atualmente, busca dar destaque à importância da prevenção.

“O mês de outubro é o mês de combate a sífilis e deveríamos estar dando uma grande visibilidade para esse assunto, visto que estamos enfrentando uma epidemia, e pouquíssimo tem se falado sobre isso.” Destacou Daniela Magno.

A sífilis se divide em quatro fases, sendo a primária, secundária, latente e terciária.

Fase primária

Os sintomas incluem uma lesão única que surge na vulva da mulher ou no pênis, quando é no homem. No entanto, as lesões podem aparecer em outras áreas, uma vez que depende de onde a bactéria entra. Por exemplo, como no caso em que uma das pessoas que já está com a ferida encosta em outra com a lesão, denominada Cranco duro.

A lesão primária se cicatriza sozinha dentro de aproximadamente três semanas, mas se o portador não procura um especialista e realiza o exame de VDRL, teste que identifica a doença, a bactéria irá continuar no organismo.

Fase secundária

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A segunda fase é mais visível, uma vez que o organismo começa a manifestar diversas lesões, especialmente nas plantas dos pés e palmas das mãos, podendo estar presente em outras áreas do corpo. No entanto, o corpo novamente cicatriza sozinho.

Fase latente

Essa fase é assintomática, por isso, a pessoa pode passar anos sem manifestar nenhum sintoma. Logo o portador se encontra com a bactéria no organismo, com um alto poder de transmissão, e continua levando uma vida normal.

Fase terciária

Nessa última fase, a bactéria costuma atingir locais específicos do corpo, podendo migrar para o cérebro e causar diversas sequelas neurológicas, ou migrar para o coração e causar doenças cardiovasculares graves, até mesmo uma parada cardíaca. Além disso, a doença pode atingir os ossos, causando deformações ósseas.

“Foi nos sintomas terciários da sífilis que encontramos uma série de desafios. Minha mãe inicialmente manifestou sintomas que poderiam ser interpretados como distúrbios psiquiátricos, incluindo alucinações, delírios e a crença de que estava sendo perseguida”, contou Daniela em relação a situação vivenciada por sua mãe, Cida.

Nesse sentido, nessa fase a bactéria pode migrar para qualquer área do corpo podendo causar danos irreversíveis. Muitas vezes, as pessoas nem se quer possuem conhecimento de que a causa dos sintomas é de fato a Sífilis.

“Levamos a minha mãe um psiquiatra do posto de saúde local, levando em consideração seu histórico de internações psiquiátricas e os sintomas apresentados, o médico a diagnosticou como portadora de transtorno bipolar sem solicitar exames adicionais. Sendo tratada como tal por aproximadamente dois anos, e acredito que aqui houve uma negligência médica, por não ter sido feita uma investigação mais aprofundada.” Contou Daniela

Ademais, devido a quantidade de transtornos psicológicos existentes atualmente há uma considerável preocupação quando cita-se essa terceira fase, uma vez que os sintomas podem ser confundidos quando o exame de VDRL não é realizado.

Prevenção

De acordo com a entrevistada, o melhor método de prevenção é o uso de preservativos.

“A prevenção é o uso de preservativo em todas relações sexuais, e seria perfeito, se todo médico solicitadas o exame de VDRL a cada consulta de rotina do paciente…a cada 6 meses, 1 ano. E principalmente pedisse o VDRL quando um paciente apresenta sintomas psiquiátricos, visto que estes sintomas tbm são da sífilis terciária (NEUROSIFILIS)”.

Tratamento

O tratamento da doença é extremamente simples, sendo ofertado pelo SUS, o qual consiste no uso de Penicilina, também conhecida como Benzetacil. Entretanto, apesar do tratamento fácil, por vezes, os pacientes não aderem ao tratamento corretamente.

“A gente tem visto na saúde pública, principalmente nos bairros mais carentes, que muitas vezes a mulher é diagnosticada com a sífilis, que adquiriu do parceiro. Ela procura um médico, faz um tratamento, mas o marido as vezes não aceita realizar o tratamento. Por isso, acaba reinfectando novamente a sua parceira, e acaba virando um ciclo.”