Se captarmos todos os dados mais recentes e disponíveis sobre a indústria brasileira não há como duvidar, o setor já respira sem ajuda de aparelhos. Mas daí a sair andando para dar volta no corredor do hospital é outro processo de recuperação, cenário ainda distante da realidade atual.

 

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A produção industrial cresceu 1,1% em junho, o melhor resultado para o mês desde 2013, segundo o IBGE, longe do ótimo. A indústria ainda está 18,4% menor do que o nível recorde alcançado há 3 anos. Mesmo com resultado positivo de junho passado, a estatística continua desfavorável ao setor.

O índice de inadimplência corporativa está alto, segundo o Serasa Expirian. Das empresas instaladas no país, mais da metade está com contas atrasadas, sendo 9% delas do setor industrial. O setor com mais dificuldade é o de micro e pequenas empresas, com mais da metade das empresas nesta situação. No levantamento sobre médias e grandes companhias, a opção pela recuperação judicial também disparou.

O que comemorar? A confiança está voltando. A produção de bens de capital que antecipa a retomada e é investimento na veia está sem alta há pelo menos cinco meses seguidos. Outro ponto bem favorável é o da balança comercial que apresentou um saldo positivo no primeiro semestre deste ano, o melhor em 28 anos, com superávit de US$ 28,23 bilhões.

Segundo Moreira Franco, “o Brasil ainda não chegou ao fundo do poço. Ainda vai piorar, mas com menos velocidade e, sobretudo, tendendo a estabilizar”, disse. Para não ficar mais pessimista que os maiores pessimistas, pelo menos agora temos o túnel. Antes nem isso tínhamos”. A indústria brasileira não constrói o túnel sozinha, mas faz o cimento, os trilhos e, principalmente, o trem.