Vice-presidente, Ivanete Ferreira

Amanda Quintiliano

O Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram) irá mobilizar a categoria e outras entidades de Divinópolis e região para ações contra a reforma previdenciária. O primeiro ato foi encaminhar aos deputados federais um questionário para saber quais são a favor ou contrários à proposta. Seminários e caminhadas também fazem parte da programação.

Agenda será divulgada no início de fevereiro. Até lá, o Sintram irá se reunir com representantes de outros sindicatos para agregar força ao movimento. A ideia é, principalmente, esclarecer a população sobre as mudanças e contra atacar as propagandas divulgadas pelo governo nas mídias nacionais. O sindicato quer mostrar quais são os impactos tanto para o setor público como privado.

“Vamos visitar toda a categoria, setor por setor e mostrar para eles o que realmente é essa reforma da previdência. Hoje a maior parte das pessoas não sabem o que está acontecendo […]Vamos tentar esclarecer pois só assim para tentar levar as pessoas para a rua. Se o povo continuar dormindo, anestesiado como está, eles vão passar isso na calada da noite no Congresso”, afirmou a vice-presidente do Sindicato, Ivanete Ferreira.

Ivanete ainda rebateu a justificativa do governo federal para tentar passar a proposta. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que, em 2016, o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi de aproximadamente R$ 149,2 bi. Em 2017, a expectativa é que atinja R$ 181,2 bi.

“A previdência não é deficitária. Ela tem três fontes que é a previdência, saúde e seguridade-social, ela não é só o dinheiro que se paga para ela, e nós sabemos que está sendo desviado dinheiro para pagar dívida”, completou.

Mudanças

Pela proposta a idade mínima para se aposentar será de 65 anos, com pelo menos 25 anos de contribuição à previdência. Entretanto, para conseguir receber 100% do valor será preciso contribuir 49 anos. Quem contribuir por um período menor mesmo tendo atingido os 65 anos de idade terá direito a receber proporcional, cerca de 80% do salário.

Homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 anos ou mais terão de trabalhar 50% a mais do que falta hoje para sua aposentadoria. Se faltarem dois anos, trabalhariam três, por exemplo. Quem já tiver tempo de aposentadoria pelas regras atuais não é prejudicado, mesmo que não tenha dado entrada nos papéis.

O governo deve deixar de gastar cerca de R$ 738 bilhões entre 2018 e 2027, caso a reforma seja aprovada da maneira como foi proposta.

“Essa reforma da previdência que está sendo proposta vai lesar todos os trabalhadores do brasil independentemente de serem do setor público ou privado”, concluiu Ivanete.

A programação da mobilização será divulgada em fevereiro.