A diretoria do Sintram esteve, no início de fevereiro, reunida com o secretário de Saúde, David Maia e com a diretora de Emergência e Urgência, Cristiane Joaquim, para tratar das várias queixas dos servidores públicos municipais da UPA Padre Roberto relativas a assédio moral, entre outras demandas. Na ocasião, o secretário se prontificou a resolver a questão inclusive convidou o Sintram a ser parceiro no processo. Após três meses, nenhuma ação foi realizada pela Semusa, que é a responsável pela fiscalização da gestão da unidade.
Nesta quinta-feira (14) a diretoria do Sintram, representada pela presidente, Luciana Santos, e pelos diretores, Alberto Gigante e Ivanete Ferreira, apresentou a questão ao gestor da Upa, Helder Antônio da Silva, que há dois meses encontra-se na direção, após o afastamento de Geraldo Couto.
A diretoria esclareceu que são várias as queixas de servidores sobre a diferença de tratamento entre os concursados e contratados com frequentes intimidações por parte dos gerentes com grosserias e ameaças.
“Estamos tentando resolver as questões através do diálogo, no entanto nada foi feito para sanar o problema”, disse Luciana.
Alberto Gigante comunicou ao gestor que já existem, no Jurídico do Sintram, casos nitidamente caracterizados como assédio moral, mas a reunião seria uma última tentativa antes de o sindicato recorrer à Justiça.
“Viemos em missão de paz, de tentar resolver a questão sem ter que gerar um desgaste maior no ambiente de trabalho, levando o debate à Justiça”, argumentou Gigante.
O dirigente, Helder Silva, disse que é recém-chegado à unidade e solicitou ao Sintram a formalização de todos os casos, nos quais os servidores alegam assédio moral. Disse que irá discutir junto à administração municipal o que poderá ser alinhado caso a caso, alegando que já vivenciou situação de servidor que diz ser assediado, mas na verdade não é; sendo inclusive a falta de compromisso no ambiente de trabalho comprovada em determinada situação observada por ele.
Os diretores do Sintram argumentaram dizendo que também já foi sugerido ao Executivo a formação de uma Comissão de Ética com membros da administração, sindicato e setores envolvidos para tratar as situações de modo imparcial, mas não foi acatada a sugestão.
“O Sintram defende os direitos e também os deveres do servidor. A Comissão de Ética paritária assumiria esse papel de analisar caso a caso, ouvindo as partes envolvidas”, declarou Ivanete Ferreira.
Panfletagem
Como ação paralela a reunião, o Sintram distribui panfletos, durante a semana, orientando os trabalhadores sobre as medidas necessárias para coibir o assédio moral, além de alertá-los a procurar o Jurídico do Sintram em qualquer caso de suspeita de assédio.
“Estamos mais uma vez, solicitando a solução para o problema por meio do diálogo, se não for sanado, o servidor saberá se munir de provas para encaminhar ao nosso Jurídico. Do jeito que está, não poderemos mais aceitar”, ressaltou Luciana.
Falta de equipes
Hoje, apenas um profissional de carreira faz parte das gerências da unidade, o que somado a alta rotatividade de comandos resulta na falta de formação de equipes de trabalho. Na unidade, não existem mais critérios para contratação e faltam treinamentos. Profissionais recém-formados iniciam serviços sem terem perfil para urgência e emergência, colocando em risco os pacientes.
O Sintram apresentou todos os problemas e pediu novamente solução para aqueles que competem ao gestor, Helder Silva. O sindicato se comprometeu a formalizar as denúncias e se dispôs mais uma vez a ser parceiro no processo. Caso não haja posicionamento novamente, a diretoria irá recorrer ao Judiciário como medida última na defesa do direito do servidor a um ambiente de trabalho de respeito e dignidade.