Depois de amanhã, no dia 05 de agosto, têm início oficial os jogos olímpicos do Brasil, a Rio 2016. O maior evento esportivo do mundo chega ao país recebendo criticas de várias ordens, e além de gerar desconfiança do povo brasileiro traz a desconfiança do resto do mundo.

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O fato, como não podia ser diferente, é que os jogos olímpicos ocorrerão aqui à brasileira. Com boa parte das coisas entregues ou resolvidas com atraso e outras que nem serão concluídas na sua totalidade. A despeito disso, as olimpíadas ocorrerão com a perspectiva de relativo sucesso.

Não há como o Brasil realizar um evento desses com um padrão europeu e/ou americano. Mesmo com avanços em áreas diversas as olimpíadas ocorrerão com a cara atual do país, ou seja, com limitações, mas, sobretudo, com capacidade de superação de uma maioria que quer que tudo dê certo.

O Brasil ainda é um país em transformação, e que tenta mudar de patamar sobre os olhos do resto do mundo e ainda convive com seus fantasmas. Entre eles a corrupção e a desigualdade social. Realizar um evento tão grandioso como são os jogos olímpicos, num país de dimensões continentais e com distorções sociais tão acentuadas como a nossa, é um feito.

A realização da Rio 2016 é mais um exercício de crescimento do Brasil. Ela revela que há desorganização na execução de obras que ficam comprometidas pelo desvio de dinheiro público que vai para o ralo ou beneficia um grupo restrito de pessoas, e aí o tal legado olímpico ficará comprometido.

O temor de que o Brasil se torne uma Grécia, que depois que realizou os jogos olímpicos de 2004 quebrou, existe e deve ser considerado. Por outro lado, a despeito dos problemas, o poder midiático advindo com os jogos poderá projetar o país.

Elementos para isso existem. O Rio de Janeiro é uma cidade linda, o brasileiro, diferente de outros povos, é receptivo por natureza e a alegria de fazer festas majestosas também poderá contar a favor.

O calor humano que será impresso aos jogos e vivenciado pelos milhares de turistas que virão para cá podem contagiar, de forma positiva, o clima em torno das olimpíadas e abafar os insucessos em torno deste evento.

Foi assim com a Copa do Mundo, e a tendência é que com os jogos olímpicos o mesmo ocorra. Como no carnaval, a alegria estará presente durante as olimpíadas. Um clima de festa em todas as arenas. Tal qual o carnaval, aqui e ali poderão ocorrer críticas diversas. Vaias e questionamentos bem humorados, porque não, que estarão direcionados, principalmente, aos homens públicos que nos representam.

Esses movimentos serão organizados – tem gente se preparando para isso – mas também ocorrerão de forma espontânea sendo proporcionados por cidadãos comuns, sem militância partidária, que terão a oportunidade de expor ao mundo a sua indignação com as mazelas que conhecemos bem no nosso dia a dia. Para que isso ocorra não faltarão microfones, câmeras e filmadoras posicionadas.

Se os nossos sorrisos estarão expostos para o mundo, as feridas também. Elas, quando cavoucadas, causam dor e, logo, o riso sai da cara.