O concreto se evaporou. Antes, portanto, substanciou: somos fluidos, uma sociedade liquidificada. A pós-modernidade, entre outras coisas, pressupõe esse fenômeno.
O pensar, e principalmente o agir contemporâneos, vão nessa linha. Por serem fluidos são mais voláteis e, portanto, menos duradouros ou susceptíveis a intercorrências de várias ordens.
O homem pós-moderno é dinâmico e mais adaptável, mas igualmente instável. O mundo é hoje uma grande aldeia global em que as culturas se fundem. Não há mais barreiras territoriais ou físicas que impeçam essa interação. Entretanto, há uma incrível intolerância crescente.
Este princípio, aliado à instabilidade característica da sociedade pós-moderna, marca a sociedade atual, que é regida por uma corrente de incerteza. O concretismo da sociedade moderna se esvai na sociedade de hoje. Junto com a capacidade de reflexão.
Tudo é corrente, sem represa que a detém e a transforma num lago, onde dali possa dar em outras coisas. Abre-se campo para o surgimento de relacionamentos superficiais de vários tipos, em que o “aparentar ser” é mais importante do que o “ser de fato”.
Será que somos a sociedade da aparência e da conveniência? Quais são os valores que nos regem? Será que o ter é o mais importante? São as posses ou o dinheiro os sinônimos de felicidade?
Mesmo com sua fluidez e liquidificação a sociedade pós-moderna é carregada de dúvidas. Há um oco que nos leva – indivíduos desse novo tempo – a procurar algo que nos preencha e que necessariamente não seja o dinheiro ou o sucesso obtido no campo profissional.
A procura desse algo mais é a procura da verdade. Da essência que dê valor e sabor à vida. Uma busca interna que segue por caminhos diferentes que vão desde as terapias até a reclusão. Sim, o homem pós-moderno busca a sua verdade. O autoconhecimento.
Ele quer represar-se e gerar algo novo. Consistente.
Indulgência que é concedida por meio da reflexão. Reconhecendo o que faz sentido neste mundo louco e que de fato nos é importante, ou seja, concentrar energia naquilo que vale a pena e nos faz bem. Em paz. Sem correria ou corredeira.
Acreditar que algo mais faz bem ao homem. Caminhar nesse sentido maximiza a possibilidade do acerto. Utopias que dão um rumo nesse mundo incerto.