Mais do que corpos sarados, bem moldados. Além dos segundos e dos milésimos que definem um campeão. Acima dos recordes, do mito que se cria e vira herói que se imita; a Olimpíada tem um significado maior: o da diversidade. Do pluralismo que forma a raça humana.

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Somos diferentes e é esta diferença que iguala. Ela forma o saber. Culturas e tradições que se conectam e deixam o homem mais interessante. Menos óbvio, próprio.

Gente multicolorida. Línguas diversas e uma certeza: a confraternização. O festejar do seu esforço. Mais rápido, mais alto, mais veloz. É este o princípio, o romper dos limites do homem que tornam a humanidade mais capaz.

Até a derrota sensibiliza. O fraco e o anônimo são motivados. Uma solidariedade gratuita que nos é invadida de forma instintiva. Como se fosse possível abraçar e proteger quem tem menos, quem pode menos.

A Olimpíada toca. Mostra que a humanidade é capaz de gestos e ações altruístas mesmo num ambiente de competitividade. Fazendo valer que o principal não é só o ganhar, mas estar lá. Dar o seu melhor.

Essa centelha de clareza é o fogo que não deve se deixar apagar. É o legado à humanidade que é rememorado de quatro em quatro anos, e que mostra que a humanidade pode ser maior.

Entender que diferenças podem ser superadas em nome da celebração de algo maior do que esporte. A Olimpíada talvez seja isso: a celebração da humanidade e de suas potencialidades. O fazer melhor de um é o fazer melhor de todos.

Olimpíada é conjunto. Relação, interação e superação. Síntese do viver social. Do superar desafios, do insucesso e do choro. Os campeões são poucos, mesmo assim uma multidão é compelida a participar, a fazer parte deste congraçamento.

A alegria vem daí, do participar. Superar suas próprias metas e ser melhor a partir delas. É isso que transforma e deveria mover o homem, fazendo-o melhor. E não o bronze, a prata ou o ouro.

O metal é frio, já o tal espírito olímpico é quente. É ele que forja os atletas e molda a humanidade que se reconhece nos Jogos. Em cada gota de suor, de aperto, de medo e superação.

O pódio é destinado aos que entendem este espírito e são tocados por ele. Independente da sua condição ou habilidade.

Somos olímpicos.