Vinícius Luz

 

A audiência ocorreu no Fórum de Divinópolis (Foto: Vinícius Luz)

A audiência ocorreu no Fórum de Divinópolis (Foto: Vinícius Luz)

O suspeito de atropelar um policial militar, em setembro de 2013, em Divinópolis, poderá ir a júri popular. A decisão foi tomada durante a segunda audiência de instrução do caso realizada na tarde desta terça-feira (28) no Fórum. A defesa do suspeito tem cinco dias para recorrer da decisão. Caso vá a júri popular T.H.P., de 25 anos pode ser condenado a até 20 anos de prisão.

 

O juiz da 1ª Vara Criminal, Marcelo Paulo Salgado, presidiu a audiência e decidiu levar o caso a júri popular. Ele afirma que agora a defesa pode recorrer da decisão ou do contrário o acusado responderá por homicídio doloso eventual. No caso o “dolo”, que em direito refere-se à intenção de matar, seria ocasional.

 

“É chamado dolo eventual, pois o autor não tinha intenção de matar, mas assumiu o risco de produzir este resultado quando cometeu o ato”, explica.

 

O suspeito alegou novamente que não estava no carro e que este tinha sido roubado antes do acidente. A defesa busca transformar a acusação em crime de trânsito, assim não ocorreria o júri e a sentença e a pena seriam decididas em uma audiência convencional. Caso T.H.P. vá a júri popular ele pode ser condenado pelo assassinato cuja pena é de seis a 20 anos de prisão.

 

Outra audiência do caso foi realizada no final do ano passado, mas a decisão do juiz foi adiada, pois uma testemunha de defesa não tinha comparecido.

 

Atropelamento

 

O incidente ocorreu na manhã de 16 de setembro de 2013 durante uma blitz na Rua Paraná, no bairro São José. O soldado Edgar Porfírio de Oliveira Júnior, estava trabalhando na ação quando deu ordem de parada ao condutor de uma caminhonete Strada. O motorista acelerou o veículo tentando fugir da blitz e atingiu o militar. Na fuga ele ainda arrastou o PM por cerca de 50 metros.

 

O policial foi resgatado e internado com traumatismo craniano e fraturas pelo corpo no hospital Santa Mônica onde passou por cirurgia e permaneceu em estado grave. Três dias após o incidente ele morreu. Foi velado na sede do 23º Batalhão da PM e enterrado com honras militares.

 

No mesmo dia do incidente, durante rastreamento, o suspeito T.H.P. informou que havia sido assaltado e abandonado na BR-494. Durante o registro de ocorrência os militares desconfiaram já que ele dirigia um veículo semelhante ao da ocorrência registrada na blitz. O condutor teria confessado que atropelou o militar. A caminhonete foi encontrada na comunidade rural de Trindade com os danos do atropelamento. O dono do veículo também foi preso e ambos foram autuados.