Medida dos EUA impacta diretamente café, carne, soja e suco de laranja, produtos-chave para o agronegócio da região
O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto, pode causar impactos severos e imediatos na economia do Centro-Oeste mineiro. Entre os itens mais atingidos com a tarifa de 50% imposta por trump estão café, carne bovina, soja e suco de laranja, todos fundamentais para a estrutura produtiva do estado.
De acordo com o professor da Faculdade Una Divinópolis e diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (NEPES), Wagner Almeida, a região possui forte vocação para o agronegócio e integra cadeias produtivas voltadas à exportação, que agora enfrentam riscos econômicos consideráveis.
“No caso do café, por exemplo, embora o Sul de Minas lidere a produção, o Centro-Oeste concentra uma base relevante de pequenos e médios cafeicultores. Esses produtores podem ser prejudicados com a queda dos preços internacionais, resultado da menor competitividade brasileira no mercado norte-americano”, analisa Almeida.
Tarifaço atinge pecuaristas
Ele ainda destaca que a mesma lógica se aplica aos pecuaristas, especialmente os que fornecem para frigoríficos exportadores. A tarifa extra imposta pelos Estados Unidos pode reduzir a demanda externa, desestabilizar contratos e provocar retração nos preços pagos ao produtor.
Além disso, a medida cria um ambiente de incertezas em toda a cadeia agroindustrial.
“Com as tarifas, há o risco de acúmulo de estoques, queda na demanda internacional e pressão negativa sobre os preços internos. Isso compromete diretamente a renda do produtor rural”, acrescenta o especialista.
Segundo ele, o impacto não se limita ao campo: o comércio e os serviços também podem sentir os reflexos de uma possível desaceleração do setor.
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Tarifaço na economia: oscilação cambial
Outro fator de preocupação é a oscilação cambial gerada pela tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. Embora a desvalorização do real possa favorecer exportações para outros mercados, como China e Europa, ela também encarece insumos e complica o planejamento de investimentos, tanto no campo quanto na indústria.
“Projeções preliminares indicam que essas tarifas podem representar uma perda de até 0,5% do PIB nacional”, alerta Almeida.
Diante desse cenário, ele recomenda cautela e planejamento estratégico. Além disso, defende maior articulação entre produtores, empresários e gestores públicos para a diversificação de mercados e a adoção de medidas compensatórias por parte do governo federal.
“É fundamental acompanhar de perto as movimentações do mercado internacional e buscar alternativas para mitigar os efeitos dessa medida protecionista”, conclui o economista.



