Um dia desses estava zapeando a tevê e fui parar no canal GNT. Lá passava um programa, Tempero de Família, que é apresentado pelo ator, meu xará, Rodrigo Hilbert. Fiquei curioso e fui assistir por alguns instantes.
Como o nome sugere, o programa é de culinária. Até aí, tudo bem. Visto que existem dezenas na tevê aberta ou fechada. O curioso desse programa é que ele se passava numa oficina de ferragens, cheia dos mais variados “trecos”. O apresentador aproveitava esses materiais para construir os utensílios que iria utilizar no preparo da receita.
Como se fosse fácil e acessível a todos, o ator fez uma espécie de fogareiro e vasilhas para o preparo da receita. Imagina: além de saber cozinhar, o cara sabe fazer coisas. Logo pensei: um sujeito criativo desse, desdobrável e bem afeiçoado, é o ideal de homem para muitas e muitos por aí.
A construção de “modelos ideais” não é novidade na sociedade. Ao longo da evolução humana, eles existiram ou existem para introduzir ou ratificar padrões de comportamento, “ajustando” a sociedade a seu tempo e necessidades.
Hoje, num ambiente de crise e de competição, o modelo “Rodrigo Hilbert de ser” é um ideal desejável. Isso porque, a meu ver, é visto como um perfil moderno, atrelado à criatividade e ao empreendedorismo.
Nas relações profissionais, seja nas corporações ou nos empreendimentos próprios, esse perfil é o mais desejado. Resolver problemas, propor soluções criativas e fazer acontecer. Aproveitar o que se tem, mesmo que seja limitado, para maximizar o resultado.
Se isso é motivador e inspirador para determinadas pessoas, para outras é motivo de profunda angústia. O empreendedor não nasce, ele se faz apurando suas habilidades com o tempo. Boa parte no esquema: “Tentativa, erro, aprendizado e acerto”.
Mesmo que se tente, haverá aqueles que ficarão só nas duas primeiras fases do esquema acima e o motivo é simples: não têm vocação para empreender. Com isso, as chances de insucesso são grandes. Não porque a pessoa seja ruim, mas pelo fato da sua “pegada” dela ser outra.
Os comuns não são desnecessários. Tampouco não é necessário ter grandes feitos para se tornar “grande”. A segurança e a estabilidade também importam e trazem uma vida tranquila. São características também desejáveis.
Ser criativo e empreendedor tem níveis. Uns ousam mais, outros são mais comedidos. O problema de quando se estabelece modelos de perfis, é esperar o mesmo resultado de pessoas diferentes. Aí não dá.
Cada um tem seu tempo e sua forma de reagir. O ideal seria encontrar o caminho certo entre a zona de conforto e o arrojo. Ter vento na vela e um barco que aguente o mar bravio.
Até lá, vale se motivar. Desacomodar quando for necessário e tentar. Sempre objetivando o seu melhor, valorizando nossas qualidades. Neste ponto tem que ter confluência: o crescimento pessoal tem que ser buscado a cada dia.
Independente do contexto, fazer, sempre, a melhor versão de si.