Amanda Quintiliano

Na região sudeste de Divinópolis, o bairro Terra Azul também é o reflexo da deficiência da máquina pública. Sem rede esgoto, calçamento, unidade de saúde, ele é o cenário do segundo episódio do webdocumentário, “Histórias Reais”, publicado nesta quinta-feira (06), nas redes sociais do Portal Centro-Oeste.

Buracos, poeira, mato alto. Para cada lado que se olha está o reflexo do abandono. Crianças, jovens, adultos, todos moradores esquecidos pelo poder público. Pelo menos, este é o sentimento de quem vive há décadas por lá, como é o caso da dona Josafá.

Já são 27 anos escutando promessas de políticos. A cada campanha eleitoral ressurge a palavra “esperança”. Mas, de tanto esperar há quem não acredita mais na transformação.

Assim pensa o senhor José de Faria. São 19 anos morando no Terra Azul. Lá criou os filhos. Hoje avô, se conformou com as ruas sem calçamentos, com o esgoto correndo a céu aberto, com a falta de iluminação e segurança pública.

Solução

O bairro está entre os cinco previstos para receberem obras da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saneamento). Alvo de investigação, os recursos foram bloqueados e agora devem ser liberados.

A Assessoria de Comunicação da prefeitura informou que as intervenções devem começar ainda este mês. Foram autorizados pelo Ministério da Cidade R$22 milhões.

O relatório apresentado pela Usina de Projetos requer que drenagem e pavimentação sejam realizados nos bairros Grajaú, São Simão e Terra Azul. Os bairros Jardinópolis e Jardim Candidés serão comtemplados com sistema de drenagem pluvial.

Interceptores de esgoto sanitário serão implantados no Córrego do Bagaço para viabilizar as redes coletoras dos bairros Nova Fortaleza 1 e 2.

Esperança

Com o anúncio feito no final do mês passado, a “luzinha da esperança” se reacende. Mesmo que o senhor José não crie mais expectativas, a Carolayne de apenas 13 anos ainda espera ver o bairro transformado e que ele deixe de ser referência do descaso do poder público.

“Eu não gosto que falem do bairro, mas do jeito que está não dá para ficar”, sintetizou a adolescente.