Prefeituras de Divinópolis e Carmo do Cajuru negam que remédios são das farmácias públicas; Polícia Civil deverá investigar a responsabilidade pelo despejo
Centenas de medicamentos com validade vencida foram encontradas em um terreno baldio no bairro Candidés, em Divinópolis. Parte dos remédios estava queimada. Boletim de Ocorrência foi registrado, nesta quinta-feira (02), pelos municípios de Carmo do Cajuru e Divinópolis após o caso ser denunciado pelo deputado estadual, Cleitinho Azevedo (Cidadania).
Para chegar até o local que fica na região conhecida como Complexo da Ferradura, é necessário entrar pelo bairro Icaraí. A área pertence à Divinópolis, porém, devido à proximidade com Carmo do Cajuru, o deputado estadual questionou a responsabilidade dos dois municípios. Tratando como medicamentos de farmacinhas públicas, disse que acionará o Ministério Público.
“Vou provocar o Ministério Público, provocar a secretária de Divinópolis e Carmo do Cajuru […] Isso é crime, eles trouxeram para cá e começaram a queimar […] Você vai na farmacinha da sua cidade e não tem remédio. Não tem. Está aqui”, declarou.
Entre os medicamentos encontrados está dipirona. Nos vidros, ainda intactos, a data de validade de 2019.
Prefeituras negam relação
A Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis descartou a possibilidade de que se trate de medicamentos das farmácias da prefeitura. A expectativa é de que seja possível chegar aos responsáveis a partir das informações sobre os lotes de fabricação dos frascos e ampolas encontrados no local.
Entre as possibilidades avaliadas, está a de que seja desova de carga roubada.
“Podemos garantir que não se trata de um descarte da prefeitura. Todo material da Semusa é encaminhado para incineração, dentro de todos os padrões ambientais. Além disso, uma das principais ações da atual gestão, foi a implantação de um controle rigoroso do estoque de medicamentos e outros produtos. Praticamente, não temos mais desperdício”, informou o diretor de Comunicação, Evandro Araújo.
O prefeito de Carmo do Cajuru, Edson Vilela esteve no local na manhã desta quinta-feira (02). Ao PORTAL GERAIS ele negou que os medicamentos sejam da farmácia pública. A partir da numeração dos lotes, a Secretaria de Saúde pesquisou e descartou que tenha relação com o município.
“Descobrimos etiquetas de medicamentos que vem do Paraná. Queremos uma retratação disso, porque o deputado colocou o nome de Cajuru em algo que não existe”, afirmou.
A Polícia Civil deverá investigar a responsabilidade pelo despejo.
Outros problemas
Está não é a primeira vez que a prefeitura de Divinópolis se envolve em polêmicas envolvendo o descarte incorreto. Também na região no bairro Icaraí, um galpão com 350 metros cúbicos de lixo hospitalar foi descoberto em 2013. No ano seguinte, o local foi interditado pela Defesa Civil.
O depósito começou a ser utilizado em 2010, por uma empresa de Poços de Caldas, no Sul de Minas. Um outro galpão que fica ao lado deste, onde o lixo ficava exposto chegou a pegar fogo duas vezes em 2013.
Após várias brigas travadas na justiça, Divinópolis passou a arcar com a retirada do material trazida do Sul de Minas por empresa particular.
“Trata-se de uma determinação judicial que custou aos divinopolitanos cerca de R$ 300 mil”, conta o secretário, Amarildo de Sousa.