Afinal, será que um político (trabalhando e recebendo um gordo salário) pode decidir que um determinado trabalho não é essencial?
A Pandemia de Covid 19 no Brasil foi marcada, até o momento, pela autonomia de Governadores e Prefeitos para imporem medidas de isolamento social e restrições sobre a circulação de pessoas. Tais medidas, gradativamente, foram ganhando contornos radicais.
Se por um lado, dados as características econômicas e culturais do país, observou-se uma baixa eficiência no controle do isolamento, por outro lado, uma série de abusos foram cometidos, tudo justificado por uma suposta “ciência”.
Entre tantos abusos, o tema do essencial ganhou destaque. Autoridades políticas passaram a ditar as normas do que era ou não essencial. Isolados em torres de marfim, abusando dos privilégios e dos gordos salários da atividade política, esses estagiários de ditadores, na base da canetada, decidiram que trabalhadores não essenciais deveriam ser multados ou mesmo presos pelo sistema repressivo.
Os vídeos que circularam na internet, por certo, causaram revolta e comoção em todo o país. Vendedores ambulantes e pequenos comerciantes, não raras vezes, foram tratados como marginais – agredidos, multados e até mesmo presos, com a justificativa de que – o seu trabalho não é essencial.
Afinal, será que um político (trabalhando e recebendo um gordo salário) pode decidir que um determinado trabalho não é essencial? Será papel de um político escolher quais famílias podem garantir o seu sustento e quais famílias devem ser condenadas a mais completa miséria?
O certo é que, nessa pandemia tivemos uma completa inversão de valores. Nessa pandemia trabalhar virou sinônimo de crime.