O deputado defende o porte de armas (Foto: Raíla Melo)

Júlia Sbampato

O deputado estadual, Fabiano Tolentino (PPS) ocupou a Tribuna Livre da Câmara de Divinópolis, nesta terça-feira (26). Ele voltou ao assunto da Copasa e sobre a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pelos vereadores da cidade e compara o ato à Operação Lava Jato.

O parlamentar lembrou os 30 anos de contrato da Copasa com vários municípios mineiro e citou a falta de investimento. Ele ainda criticou a empresa e ironizou dizendo que pelo menos ela deveria fazer o cercamento das nascentes e reflorestamento dos rios.

“Uma empresa que vende água, no mínimo, ela tinha que preservar o meio ambiente, e isso não faz. Só aí, a CPI já começa condenando a Copasa.”

Segundo o deputado, desde 2007 o atual presidente da Câmara, Adair Otaviano (PMDB) já é contra a Copasa e vários vereadores já se pronunciaram contra a assinatura do contrato que previa que seria cobrada a taxa de esgoto somente depois do tratamento.

Ainda em sua fala, ele relembrou o decretou assinado em 2009 pelo ex-prefeito Vladimir Azevedo, autorizando a cobrança de 50% a partir da construção Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Pará. Para a Justiça, o valor corresponde à coleta e transporte dos dejetos.

Ele também citou o atraso da construção da ETE da bacia do Rio Itapecerica.

“Dezembro terminou e nada de obra. Foram lá ainda vender uma ilusão, por incrível que pareça. Em 2016 fizeram o maior circo lá, a Copasa, a Prefeitura, e eu estive lá presente, inclusive falei que não acreditava que essa obra ia ficar pronta tão rápido assim. Já se passaram 1 ano, e nada.”

O deputado diz que o resultado das CPIs, instauradas em Divinópolis e outras cidades, deve puxar um “novelo de linha”, igual à Operação Lava-Jato. Ele chama de “Operação Esgoto Total Minas Gerais” e garante que muita coisa vai aparecer.

As cidades que já instauraram a CPI contra a Copasa em Minas Gerais são: Divinópolis, Curvelo, Alpinópolis, Iturama, Perdigão, São Gonçalo, Nova Serrana, Itapecerica, Arcos, Bom Despacho, Mateus Leme, Areado, Carmo do Rio Claro, Pouso Alegre e Igaratinga.

Além dessas, outras que já disseram que vão fazer: Além Paraíba, Campos Gerais, Alfenas, Coronel Fabriciano, Montes Claros, S. Antonio do Monte, Paracatu, Lavras e Ubá.

Fabiano cita o exemplo de Bom Despacho, que entrou juridicamente intervindo na Copasa de forma que a Prefeitura passasse a tomar conta da estrutura da companhia. O prefeito Fernando Cabral fez a intervenção na sexta, e na segunda foram chamados na cidade administrativa com o Secretário de Estado das Cidades, a Presidente e Diretores da Copasa. Foram convocados para negociar as ações de emergência da cidade que estava há 15 dias sem água e hoje já recebeu 14 caminhões abastecendo.

Segundo Tolentino, é isso que o gestor das cidades tem que fazer: bater na mesa, “porque senão a coisa não resolve”, conclui.