Eletricitários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) de Divinópolis e outras 12 cidades da região Centro-Oeste paralisaram atividades nesta quarta-feira (25). Pelo menos 45 trabalhadores aderiram à manifestação em Divinópolis, conforme informou o Sindicado dos Trabalhadores na Indústria de Energia Hidroelétrica (Sindieletro).

A intenção do ato é pressionar pelo fim da terceirização. Atualmente, a companhia conta com 20 mil trabalhadores terceirizados e a promessa do atual governo era de convocar 1,5 mil aprovados no concurso ainda este ano para eliminar, o que eles chamam de sucateamento. O concurso realizado em 2012 tem validade até outubro do próximo ano e até o momento não houve convocações.

“São 7,8 mil trabalhadores efetivos e 20 mil terceirizados. Isso leva ao sucateamento do serviço público porque a iniciativa privada tira bens que poderiam ficar com o Estado”, afirma o presidente do Sindieletro em Divinópolis, Celso Primo.

Primo ainda apontou os índices de acidentes de trabalho ocorridos este ano com trabalhadores terceirizados. De janeiro a outubro foram cinco mortes no Estado. Um eletricitário de Divinópolis, que trabalhava em Córrego Danta, perdeu um braço e uma perna após sofrer um choque.

Os trabalhadores ainda reivindicam reajuste salarial e aplicação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) de acordo com o Dieese. Eles também querem impedir que a Cemig corte a gratificação do vale alimentação natalino, um bônus extra pago em dezembro.

Por enquanto não há previsão de suspensão da paralisação.

Por meio de nota a Cemig informou que a paralisação não interfere no atendimento e na prestação de serviços aos consumidores. Uma liminar deferida nesta terça-feira (24) pelo desembargador José Murilo de Morais, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, determinou a manutenção de um quadro mínimo de 60% dos trabalhadores em cada atividade.

O desembargador justificou sua decisão alegando que o serviço prestado pela Cemig é “uma atividade essencial, vinculada à produção e distribuição de energia elétrica, cuja interrupção inviabiliza a manutenção de serviços fundamentais à população, como hospitais, escolas, estações de bombeamento e tratamento de água, semáforos, estações de metrô, dentre outros”.

A Cemig propôs reajuste de 10,30%, assegurando a reposição da inflação, e a manutenção de empregos e salários cujos valores estão acima da média da remuneração das demais empresas do setor elétrico.  A companhia também propôs o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), já informando que o valor será inferior por se tratar de um ano de crise.