Preparação para o Mundial mantém vivo o hábito de decorar casas e comércios
Diferentemente de outros anos, a decoração nessa Copa do Mundo não tomou conta de Divinópolis. Nas residências e comércios a onda verde e amarela está mais tímida. Além disso, a realização das festas juninas contribuiu para que o clima do Mundial demorasse a chegar à cidade. Os enfeites começaram a aparecer há poucos dias antes do início da competição. Em anos anteriores, muitas ruas já estavam enfeitadas com as cores nacionais.
Conversando com quem acompanhou a Copa de 1994, ano do tetra campeonato, percebe-se que prédios e ruas foram personalizados partindo de uma ação espontânea e otimismo contagiante da torcida. Em contrapartida, as tradições familiares ainda permanecem. Muitas pessoas continuam a valorizar esse costume e curtem intensamente o clima dos jogos na torcida pela Seleção.
Os pequenos comerciantes enfeitaram suas lojas com artigos confeccionados por eles mesmos, muitos feitos com papel e balões. Já os postos de gasolina e grandes lojas varejistas investiram um pouco mais, mas nada comparado ao que foi feito em uma lanchonete localizada no centro da cidade. Mesmo com a falta de interesse da população em se caracterizar com as cores do Brasil, o empresário Mauricio Gonçalves, 41 anos, decidiu inovar pintando o prédio inteiro com a bandeira do Brasil.
“Eu gosto demais do Brasil e amo futebol, uma coisa leva a outra. É o que acontece dentro de mim, corre na veia”.
De acordo com o empresário, antigamente toda casa tinha uma bandeira do Brasil e isso foi acabando com o tempo. Para ele a decoração é importante, pois traz alegria para as ruas e principalmente para as crianças, que ficam encantadas com a cidade enfeitada.
“Independente do comércio eu sempre vou fazer isso. Faz parte da minha vida, por amar tanto o futebol”, explica.
O ato de decorar pode estar relacionado diretamente a uma tradição cultural, Segundo Monique Oliveira, 17 anos, uma das frequentadoras da lanchonete, é importante preservar este costume na cidade.
“Na intenção de mostrar que somos brasileiros e que estamos torcendo muito pela vitória, é muito importante utilizar adereços e vestimentas, e se possível ter uma bandeira em casa”.
Um exemplo dessa antiga tradição é a família da Dona Nair Maria de Oliveira. Com 85 anos, ela ainda faz questão de reunir os parentes em sua casa e celebrar o clima da Copa.
Família e costumes
A casa de Dona Nair sempre recebe todos os familiares, sendo treze filhos, mais de cinquenta netos e ainda seus bisnetos. Nessa edição da Copa, o espaço foi decorado com a ajuda de todos.
“Aqui na minha família é bem cultural. Tudo que é época a gente reúne a família, enfeita a casa. É Copa? A gente enfeita todo mundo, todos vestem a mesma camisa.”, conta Maryana Oliveira 21 anos, neta de Nair.
A decoração para a Copa, além de trazer um clima de alegria, também contribui para o fortalecimento dos laços familiares. No caso de Dona Nair, seus filhos e netos se esforçam para estarem sempre reunidos em datas comemorativas, já que ela possui limitações motoras. Mas mesmo com tais dificuldades, a senhora está sempre presente nas festividades.
A decoração na casa de Dona Nair começa a ser feita muito antes do início do Mundial. Ela faz questão de enfatizar seu amor na preparação para a Copa do Mundo.
“É preciso ter um Brasil alegre, satisfeito e bonito igual está”, e ainda brinca, “É preciso mais gols para melhorar né? É importante!”, acreditando na vitória da Seleção.
Contudo, mesmo com o entusiasmo da família de Dona Nair, algumas pessoas não possuem a mesma paixão pelo futebol, e, consequentemente, não se preocupam em enfeitar suas casas, estabelecimentos ou até mesmo as ruas onde moram.
Reportagem produzida pelos estudantes de jornalismo da Uemg – Unidade DIvinópolis.
Acsa Alves, Ana Flávia Dias, Christiane Vespucio, Samara Nathalia e Vitor Correia.
Editor Geral: Thales Lelo
Imagens: Samara Nathalia e Vitor Correia.
Vídeo: Samara Nathalia e Vitor Correia