Washington Santos
O Programa de Trainee dentro das organizações tem sido “a menina dos olhos” nesse momento de crise, muitas organizações optam para esse recurso para lapidar futuros talentos.
Entrar valorizado em uma empresa desde a contratação, participar de cursos de formação executiva e receber salários relativamente altos para a sua faixa etária são algumas das maiores motivações para os candidatos de programas de trainee. Diferentemente do estagiário, que não costuma ter uma contratação glamorosa, quem passa por um desses rigorosos processos seletivos chega à instituição com o prestígio e a responsabilidade de um futuro gerente.
Cada programa varia bastante, mas a maioria das empresas adota um padrão que envolve uma seleção dividida em várias etapas; treinamento inicial, antes de entrar na rotina corporativa; e, enfim, o tempo como trainee de fato. Avaliações são feitas o tempo todo e alguns sacrifícios, como mudança temporária de cidade, são comuns.
Encarar a maratona inicial é a parte mais exaustiva e, ao mesmo tempo, entusiasmante. Segundo Letícia Passini, que concluiu seu tempo como trainee na Natura em 2011 e hoje é coordenadora de Marketing Institucional da regional sul da empresa, em Porto Alegre. “Durante o programa, você ganha muita visibilidade. É o momento de mostrar potencial, mas sem abrir mão de ser genuíno”.
Uma vaga como trainee pode ser o início de uma carreira promissora de rápido crescimento, mas, se não houver identificação entre as convicções do candidato e da empresa, o processo seletivo pode se transformar em um longo período de arrependimentos pelo tempo e dedicação investidos. Fique atento às orientações dadas por especialistas na área de gestão de pessoas.
Confira se os valores da empresa são compatíveis com os seus. Procure informações institucionais no site da empresa, em folders e nas entrevistas dadas por dirigentes à imprensa.
Um programa de trainee não é o melhor lugar para experimentar uma área ou ocupação. Quem vai para um processo seletivo sem ter certeza de que quer uma vaga em determinada empresa, raramente chega às etapas finais. Comportamentos inseguros são facilmente detectados por quem faz a seleção. E, como a empresa também investe muito dinheiro no programa, não quer correr o risco de aprovar quem pode desistir no meio do caminho.
Ponha na balança todos os sacrifícios que terá de fazer para conseguir a vaga e reflita honestamente sobre até que ponto está disposto a fazê-los. A mudança de cidade costuma ser o mais influente nessa decisão, mas também há os casos em que os aprovados não recebem salário algum durante o treinamento, que pode durar meses, ou aqueles programas cuja carga horária impede qualquer tipo de vida acadêmica, ao menos inicialmente.