Francisco Júnior Corrêa Mota está foragido desde 2024; Ministério Público ouviu 14 vítimas que relataram agressões, abusos e ameaças durante treinos e competições
O Ministério Público de Minas Gerais denunciou o treinador de handebol Francisco Júnior Corrêa Mota, de 34 anos, por crimes graves contra adolescentes, dentre eles violência sexual. Ele atuava em Pompéu, na região Centro-Oeste do estado.
As denúncias envolvem estupro, importunação sexual, assédio, agressões físicas e maus-tratos. Francisco está foragido desde 2024.
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O MP reuniu provas de que os abusos ocorreram entre 2017 e 2021. Além disso, quatorze adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos, relataram os episódios.
Além disso, Francisco comandava uma equipe e também fundou uma associação esportiva. Ele atraía jovens de várias cidades e de outros estados com promessas de carreira no esporte.
Treinador de handebol denunciado por violência sexual
Segundo os promotores, ele oferecia alojamento, alimentação e oportunidades em clubes internacionais. Porém, submetia os atletas a um ambiente de medo e abuso.
Durante os treinos, Francisco agredia física e verbalmente os jogadores. Quem discordava das ordens era punido com humilhações públicas e, em alguns casos, com violência.
Em competições, especialmente após derrotas, ele se descontrolava. Além disso, vítimas relataram tapas no rosto e empurrões dentro do alojamento e nas quadras.
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O Caso
Um vídeo divulgado em maio de 2024 mostrou Francisco agredindo um adolescente de 15 anos com um tapa e um empurrão. As imagens viralizaram e chocaram o país.
O caso encorajou outras vítimas a se manifestarem. Além disso, o MP colheu novos depoimentos e reuniu material que embasou duas denúncias criminais contra o treinador.
Os promotores apontaram que Francisco utilizava promessas de ascensão esportiva como ferramenta de manipulação. Ele oferecia dinheiro, celulares e vantagens para obter favores sexuais.
A promotora Lohana Cavalcanti Costa detalhou o esquema. Além disso, segundo ela, Francisco exercia controle emocional e ameaçava destruir a carreira dos atletas que o contrariassem.
“O denunciado exercia controle emocional sobre os adolescentes e, aproveitando-se da pretensão profissionais deles, exigia que realizassem suas vontades, dentro e fora das quadras, com ameaças de tirá-los do time e de acabar com suas carreiras”, afirmou a promotora de Justiça Lohana Cavalcanti Costa.
Além disso, alguns jovens relataram abusos sexuais dentro do alojamento. Outros descreveram chantagens, xingamentos e ameaças frequentes.
A Promotoria confirmou que ele usava o próprio poder dentro do time como arma. Criava uma relação de dependência com os adolescentes, que temiam ser excluídos do projeto.
“Apurou-se também que o denunciado constrangia os atletas com promessas de ascensão profissional para obter favores sexuais”, afirma trecho da denúncia.
Denúncias mais recentes, Francisco já respondia por injúria racial. Além disso, em julho de 2023, durante os Jogos Escolares de Minas Gerais, ele ofendeu um estudante de Sete Lagoas com áudios racistas.
Além disso, na ocasião, ele também enviou imagens de extratos bancários para demonstrar “poder econômico” e intimidar a vítima. O caso foi judicializado.
O MP pediu a prisão preventiva de Francisco e a aplicação de medidas protetivas para os adolescentes. A Justiça analisa os pedidos. O processo segue sob sigilo.