Amanda Quintiliano

 

Procedimento é para dar transparência, diz nota (Foto: Divulgação)

Procedimento é para dar transparência, diz nota (Foto: Divulgação)

A Universidade de Itaúna (UI) irá instaurar procedimento administrativo disciplinar para apurar eventuais irregularidades no vestibular de medicina e envolvimento de funcionários. A determinação partiu do reitor professor Faiçal David Freire Chequer. No início desta semana, a Polícia Civil de Minas Gerais desarticulou uma quadrilha que comercializava vagas no curso em municípios do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

 

Na próxima segunda-feira (09), o reitor fará contato com as polícias Civil, Militar e Federal, para pedir a participação das autoridades no procedimento interno da Universidade. Por meio de nota, ele também disse que formalizará pedido junto à Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais para a designação de um representante do Ministério Público da Comarca de Itaúna.

 

Na nota, Chequer ainda descarta o envolvimento de funcionários e trata como improcedente a possibilidade de fraude no vestibular.

 

Segurança

 

Por meio de nota, o reitor ainda destacou que há procedimentos adotados nos vestibulares para evitar fraudes como os executados pela quadrinha. Segundo ele, todos os vestibulandos são obrigados a colocar nos gabaritos a sua impressão digital; eles são monitorados nos corredores e áreas comuns, bem como nas salas de provas, por meio de câmeras com gravação das imagens; são fotografados nas salas de provas.

 

Ainda conforme a nota, todo o prédio onde se realiza o vestibular de medicina fica isolado de quaisquer comunicações com o seu exterior, através de modernos e eficazes bloqueadores de telefones celulares, independentemente da operadora utilizada; todos os vestibulandos, antes do ingresso nas salas de provas, são revistados através de detectores de metais, e os seus objetos são colocados em recipientes individuais e lacrados, na frente da sala.

 

O reitor também destaca na nota que os vestibulandos com cabelos longos são obrigados a usar “buchinhas”, prendendo-os no alto da cabeça, deixando as orelhas à mostra, sendo proibido o uso de bonés, chapéus e similares; durante todo o período de realização das provas, o documento de identidade do vestibulando permanece sobre a sua carteira.

 

Em todas as salas de provas há, pelo menos, dois fiscais; um deles, obrigatoriamente, professor efetivo da Instituição.

 

“Com esses esclarecimentos, entendemos muito pouco provável que tais quadrilhas, embora profissionais, possam agir nos processos seletivos (vestibulares) oferecidos pela Universidade de Itaúna, sobretudo no que se refere ao Curso de Medicina”, consta na nota.

 

Quadrilha

 

A operação “Hemostase” foi desencadeada na última terça-feira (03) e prendeu 21 pessoas, dentre elas, os considerados coordenadores do grupo, Quintino Ribeiro Neto, de 63 anos, e Maria Aparecida Calazani, de 37. Com a quadrilha foram apreendidos R$ 500 mil em dinheiro, sendo R$ 25 mil em dólares, celulares, documentos, pontos eletrônicos, munições de uso restrito e um veículo de passeio.

 

De acordo com as apurações da Polícia Civil, a organização criminosa auxiliava o candidato a ingressas ilicitamente no curso de medicina cobrando valores que variavam de R$ 30 mil a R$ 140 mil de acordo com a modalidade do fraude. Ainda segundo a Polícia, o método variava. Eram utilizados celulares, ponto eletrônico, vaga direta, falsificação de históricos e até outras pessoas que iam fazer as provas.

 

Dentre as instituições envolvidas como vítimas também aparecem, além da Universidade de Itaúna, a Unipac de Juiz de Fora, PUC e Faminas de Belo Horizonte, Unec de Caratinga, Unig de Itaperuna e Nova Iguaçu (RJ), Unifeso de Teresópolis (RJ), FMP de Petrópolis (RJ), Univaço de Ipatinga e Funjob de Barbacena.