Universidades e empresas do Centro-Oeste de Minas se unem para viabilizar investimentos em pesquisas na área tecnológica. A aproximação entre as instituições tem o intuito de proporcionar um ambiente favorável para a criação de dispositivos que solucionem demandas da iniciativa privada e criem oportunidades para que pesquisadores transformem suas ideias em produtos. Algumas das áreas em destaque são a de robótica e a de biodiesel, que têm espaço na produção industrial local.
Um dos projetos de pesquisa envolve o uso de um manipulador robótico para a aplicação de pequenas fontes radioativas, conhecidas como “sementes”, para o tratamento de câncer de próstata. O trabalho é desenvolvido pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), campus de Divinópolis, em parceria com o Grupo de Aplicações das Radiações em Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O procedimento poderá implantar até 32 sementes na próstata do paciente por meio de uma seringa mecânica fixada à extremidade do robô. O mecanismo aumenta a precisão e efetividade do tratamento, matando as células doentes e poupando tecidos sadios próximos. Além disso, por ser automatizado e teleoperado, reduz a exposição do corpo clínico à radiação.
Também há o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de otimização da eficiência energética em processos industriais, incluindo o reajuste de controladores, trabalhos ligados à impressão 3D, gestão e otimização na indústria do vestuário e técnicas para otimização da geração de energia fotovoltaica, que é a conversação da luz do sol em luz elétrica.
Segundo o coordenador de engenharia mecatrônica do Cefet de Divinópolis, engenheiro eletricista Valter de Souza Leite, a intenção é transferir tecnologias elaboradas no âmbito da pesquisa acadêmica para o mercado.
“Enquanto constroem os dispositivos, os alunos ganham uma perspectiva sobre aspectos práticos do mundo do trabalho, como gestão de custos e eficiência”, comenta.
Feicintec
Iniciativas como a Feira de Ciências e Inovações Tecnológicas (Feicintec), realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas), estimulam os alunos a produzirem protótipos de projetos que atendam demandas da economia local.
Na última edição da Feicintec, em 2015, o grande vencedor foi o projeto desenvolvido na Universidade de Itaúna. O projeto “Bchem – Novas Tecnologias para a produção mais eficiente de biodiesel”, coordenado pelo professor da universidade engenheiro mecânico Alex Nogueira Brasil, já deu origem a uma startup. O projeto piloto contou com investimentos da iniciativa privada e já está em utilização em empresas como a Fiat Automóveis, em Betim, e na rede de supermercados Verde Mar, em Belo Horizonte.
