Coluna do Sintram
A diretoria do Sintram esteve, no último dia (12), em reunião com o secretário municipal de saúde, David Maia, para relatar os vários problemas que atualmente vive o corpo clínico e a população na Unidade de Pronto Atendimento em Divinópolis – UPA. O diretor do Sintram, Alberto Gigante, médico plantonista na unidade, destacou que com a terceirização da Upa e a recente destituição judicial do gestor, a unidade está vivendo um verdadeiro “desgoverno”, o que vem causando transtornos e prejuízos aos servidores e à população.
Alberto Gigante listou algumas situações do dia a dia da Upa como: privilégios oferecidos aos contratados que são negados aos servidores, as incoerências na aplicação do protocolo de triagem de risco, fazendo com que pacientes esperem horas em vão, situação essa agravada por encaminhamentos equivocados provenientes de outras unidades de saúde de Divinópolis e região; alta rotatividade de contratados sem perfil/vocação para urgência e emergência o que se agrava pela falta de direção/coordenação na UPA; condutas conflitantes devido a inexistência de rotinas que orientem os novos contratados, esfacelamento das equipes treinadas para os atendimentos de urgência/emergência.
O diretor do Sintram alertou a necessidade de interferência urgente da Semusa na administração da UPA, já que a unidade é complexa não podendo ficar entregue a própria sorte, pois vidas estão sendo colocadas em risco.
“A qualidade do atendimento a saúde caiu muito no município. É preciso reestruturar a direção e a formação das equipes de atendimento, caso contrário muito pouco se faz pela população. O clima na Upa é de total desgoverno, pois a cada dia temos um novo contratado, que assume funções e comandos para os quais não tem a devida experiência”, destacou o diretor.
Alberto Gigante relatou ainda que quando o médico, Geraldo Couto assumiu a direção da unidade antigos coordenadores foram destituídos e pessoas da confiança de Couto assumiram a direção, sendo que muitas vezes esses profissionais não tinham vivido a experiência de comando de uma unidade da natureza da UPA.
O secretário David Maia se prontificou a tomar providências para enfrentar todos esses conflitos e solicitou que o Sintram seja parceiro no processo.
“Se for para melhorar o atendimento a população e valorizar os servidores que prestam serviço na Upa com certeza o secretário terá o nosso apoio”, declarou o diretor do Sintram, Alberto Gigante.
Outras demandas
Também estiveram presentes nessa reunião as diretoras, Ivanete Ferreira e Luciana Santos, que apresentaram outras reivindicações ao
secretário como: a exigência do uso do ponto biométrico de forma igualitária, já que alguns servidores são cobrados pelas gerências e outros não; o pagamento da insalubridade aos farmacêuticos e outros servidores, já que somente os recém-contratados estão recebendo; e a compensação dos dias trabalhados em feriados facultativos em unidades que não são de urgência e emergência (folgas relativas a dias trabalhados antes do ato administrativo que regulamentou a questão).
Relativo ao ponto biométrico o secretário, David Maia, afirmou que já foi enviada correspondência individual àqueles trabalhadores que não tem cumprido a exigência e se comprometeu a agendar uma nova reunião com os técnicos da secretaria. Já em relação a insalubridade, a diretora de urgência e emergência, Cristiane Joaquim, que teve conhecimento da demanda em reunião anterior com o sindicato, informou que levou a questão a Administração e está aguardando resposta. Assim que o processo for concluído será dado retorno ao Sintram. Sobre as folgas devidas aos dias facultativos trabalhados, o secretário ficou de avaliar a concessão da compensação, mas restringindo a mesma ao período da sua administração na Semusa, dando breve retorno ao Sintram.
Contratações
Outro ponto apresentado pela diretora, Ivanete Ferreira foi em relação a possíveis irregularidades na contratação de profissionais para a saúde, citando como exemplo: mais de um enfermeiro para um mesmo PSF; profissionais contratados para PSF, onde já existem enfermeiros até efetivos ou contratados para PSF e trabalhando em outros tipos de unidades; entre outras situações. O secretário se comprometeu a agendar reunião com os técnicos da Semusa para mais informações sobre essa questão.