URGENTE: Brutal atrocidade, diz conselho da Diocese de Divinópolis sobre operação no RJ

Minas Gerais
Por -01/11/2025, às 17H04novembro 1st, 2025
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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Em nota, o Conselho Diocesano de Cristãos Leigos e Leigas trata operação como “devastadora” e diz que “Quem é de Deus, é da paz”

A Diocese de Divinópolis publicou, neste sábado (1/11), uma nota do Conselho Diocesano de Cristãos Leigos e Leigas expressando “repulsa e indignação” contra o Governador do Rio de Janeiro em resposta à chacina ocorrida na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro, no dia 28 de outubro de 2025.

O documento, intitulado “Nota de repúdio e indignação contra o Governo Claudio Castro do Rio de Janeiro”, classifica o episódio como “uma brutal atrocidade cometida pelas forças policiais do Rio de Janeiro, comandadas pelo Governador Claudio Castro”.

Em tom de profunda consternação, o Conselho afirma:

“Estamos solidários a todas as famílias que foram vitimadas por essa brutal atrocidade […] Que o nosso Deus, com sua infinita misericórdia, possa consolar as famílias vitimadas, que tiveram os seus entes queridos assassinados brutalmente.”

Os números oficiais divulgados pelo Governo do Estado indicam 64 mortos, sendo 4 policiais e 60 suspeitos. No entanto, segundo o texto, moradores da comunidade “colocaram na Praça São Lucas, na Vila Cruzeiro, 75 corpos perfurados por balas. Muitos deles com cordas nos pulsos e sinais de tortura. São mais de 130 mortos.”

O Conselho destaca ainda que o número supera “o massacre do Carandiru, de 1992”, e ressalta que novos corpos continuam sendo encontrados nas matas do Complexo da Penha.

Em outro trecho, o documento descreve o cenário como “devastador”, relatando o esforço coletivo dos moradores para resgatar vítimas.

“Com um grande esforço coletivo, moradores do Complexo da Penha buscam nas matas corpos ignorados na contabilidade do Governo do RJ. Ao colocarem esses corpos na via pública, exigem que o Estado reconheça a autoria das execuções e se pronuncie.”

O texto chama atenção ainda para o perfil das vítimas

“Os mortos são todos homens e praticamente todos negros, mortos, segundo a imprensa, com tiros na cabeça e rostos desfigurados.”

Em um apelo final, o Conselho evoca valores cristãos e o dever moral de promover a paz.

“A nossa fé cristã nos impele e nos impulsiona para um mundo de paz e não de guerra, de vida e não de morte prematura […] Basta de violência. Quem é de Deus é da Paz, quem é da Paz é de Deus.”

A nota pede maior inteligência na atuação das forças de segurança, direcionando o combate aos “verdadeiros líderes do narcotráfico, que vivem em mansões e condomínios de luxo, e não contra crianças, jovens e trabalhadores das periferias.”O Conselho encerra reafirmando seu compromisso com a justiça social e o valor da vida.

“Somos contra o massacre dos povos das periferias e acreditamos em uma força de segurança de proximidade e diálogo.”