Serão cinco horas de aulas no simulador antes de ir para a rua (Foto: Divulgação)

Serão cinco horas de aulas no simulador antes de ir para a rua (Foto: Divulgação)

Os alunos de autoescolas, que irão tirar carteira de motorista na categoria B, terão que usar um simulador de direção antes das aulas práticas. A obrigatoriedade, prevista em resolução do Conselho Nacional de Trânsito, entrou em vigor no dia 31 de dezembro. De acordo com o conselho, o uso do equipamento vai complementar a formação dos condutores, permitindo sua exposição a situações virtuais sem comprometer a segurança e a integridade do motorista e de seu instrutor.

 

Pela nova regra, após as aulas teóricas, os alunos deverão ter cinco horas de treinamento com o simulador para, só depois, começarem as aulas de direção nas ruas.

 

Estudos realizados pelo National Center Injury, dos Estados Unidos, indicam que o uso do simulador pode reduzir até à metade o número de acidentes nos primeiros 24 meses de habilitação. No Brasil, o protótipo do modelo ideal de simulador de direção foi desenvolvido a partir de estudos feitos na Universidade Federal de Santa Catarina. Os estudos comprovaram que os caminhoneiros que tiveram aulas com o uso do simulador provocaram menos acidentes após obtenção da carteira do que aqueles que não fizeram uso do equipamento.

 

De acordo com o Ministério das Cidades, a maior parte dos acidentes está associada à imprudência ao volante, que engloba desobediência à sinalização, abuso da velocidade e direção sob efeito de álcool. Outra parcela dos acidentes ocorridos no Brasil credita-se à falta de competências para a direção.

 

“Com o uso do simulador, os pretendentes à obtenção da permissão para dirigir na categoria B poderão passar por simulações que permitam verificar, antes das aulas práticas, se o condutor tem domínio do veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, em condições normais ou adversas e situações imprevistas ou de emergência, conforme as normas gerais de circulação e conduta previstas no Capítulo III do Código de Trânsito Brasileiro”, informa o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

 

O diretor de uma AutoEscola, Luciano Santos, disse não acreditar que o uso do simulador vá melhorar a formação dos condutores. Para ele, o que falta aos motoristas é “educação no trânsito”. Ele também lamenta que a obrigatoriedade vá provocar reajuste nos valores cobrados pelas autoescolas, embora não tenha uma estimativa do percentual de aumento.

 

“A forma como a formação é feita atualmente é suficiente. Acho que é ilusão pensar que o equipamento vai trazer melhorais em relação ao ensino. O aluno aprende é na prática, no volante, no trânsito. O que o motorista precisa aperfeiçoar é a educação ao dirigir, obedecendo às regras, respeitando limites de velocidade e não fazendo do volante uma arma”, ressaltou ele, que vai ter que correr para se adaptar à nova exigência “nos primeiros dias de janeiro” e adquirir os simuladores.

 

De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito, os Centros de Formação de Condutores somente poderão utilizar simulador de direção previamente certificado e posteriormente homologado pelo Denatran, que será responsável pela fiscalização do cumprimento dos requisitos e exigências definidas.