Emanuela Souza
Isadora Santana
As unidades de saúde de Divinópolis e região estão em falta com a vacina antirrábica humana. A dose é indicada para o tratamento de pessoas expostas ao vírus da raiva através de mordidas de animais infectados. A recomendação médica é que a vacina seja tomada imediatamente após a agressão do animal.
A professora de Comunicação Social, Júlia V. Espejo e seu marido foram mordidos nesta quarta-feira (23) por um filhote de gato. Eles tentaram ajudar o animal que entrou no motor do carro deles.
Ela relata que ao ligar para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis, foi informada que não tinham a vacina contra raiva, que estava em falta em todo o Estado e não tinham previsão de quando receberiam novo estoque. Mas ao chegarem à instituição e serem atendidos, o médico verificou a necessidade do medicamento.
“A enfermeira me explicou que como o estoque está muito baixo, eles deixam as vacinas na regional [Superintendência Regional da Saúde em Divinópolis]. O médico avalia o paciente e analisa se ele precisa realmente tomar a vacina, e caso precise, eles buscam na regional. Então eles não estão gastando o estoque em casos que podem ser monitorados, por exemplo, quando o animal é da pessoa e ela pode monitorá-lo para ver se apresenta algum sinal em 10 dias. Mas no meu caso, como o gato era de rua e já tinha fugido, nós precisamos tomar [vacina]”, explica a professora.
Após muitos desencontros de informações, Júlia e o marido foram medicados como previsto pelo programa do Ministério da Saúde de profilaxia da raiva. Portanto, ao ser mordido por um animal, seja ele de estimação ou não, é preciso procurar imediatamente a Unidade de Saúde da sua cidade para que receba as orientações necessárias.
Superintendência Regional de Saúde – SRS
Segundo a diretora de epidemiologia da SRS, Déborah Patrícia Soares, a vacina antirrábica humana está sendo racionalizada em todo o país. O estoque fica na superintendência para se ter um controle, e apenas é enviado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com indicação prescrita pelo médico.
Justificativa da SES
Segundo a Secretaria do Estado de Minas Gerais (SES-MG), a vacina é fornecida apenas pelo Ministério da Saúde, mas não houve reabastecimento desde janeiro desse ano, e está em falta em todo o Brasil.
Tão logo a falta do insumo foi constatada, a SES-MG repassou informações sobre o atendimento dos pacientes e a conduta a ser adotada a todas as Unidades Regionais de Saúde (URS), que por sua vez repassaram a seus municípios.
Toda URS irá realizar, em conjunto com seus municípios, o fluxo do atendimento do paciente, já que com o desabastecimento da vacina, a mesma terá que ficar centralizada em municípios pólos.